Com o objetivo de ajudar e cuidar, uma técnica de enfermagem do Paraná encerrou sua missão muito cedo ao tentar levar apoio à mãe com Covid-19 em Manaus (AM). Naiara Suelen de Souza, de 31 anos, morreu após contrair a doença, ser entubada e não conseguir dizer adeus à família.

Mãe de dois filhos, de 7 e 11 anos, a profissional lutou contra o vírus com o qual já lidava de outra forma durante toda a pandemia: na linha de frente, em Manoel Ribas, na região central do Paraná.

O marido não teve chances de se despedir, pois não pôde ir até o Amazonas enterrar a esposa.

“Ela não tinha nada de comorbidade, já tinha até tomado a primeira dose da vacina. Foi ao AM ver a mãe e ajudar a irmã no parto, justamente para não precisar ir para o hospital. Ela era forte, não media esforços. A mãe pegou a Covid, depois a irmã, daí ela cuidou das duas e depois ela que foi parar na UTI”, disse o tio Edney Martins Gomes.

Marido não teve chances de se despedir, pois não pode ir até o Amazonas enterrar a esposa — Foto: Arquivo pessoal
Naiara Suelen de Souza deixou dois filhos, de 7 e 11 anos

A Secretaria da Saúde de Manoel Ribas confirmou que, dias antes da viagem, ela havia tomado a 1ª dose da vacina Coronavac contra o novo coronavírus.

De acordo com Gomes, a irmã grávida teve complicações da doença, sofreu uma hemorragia e acabou fazendo o parto no hospital. Ela, o bebê e a mãe das duas estão bem e em casa.

“Não dá para entender. A Naiara, que era a de menos risco aparentemente, ficou 100% dependente do aparelho para respirar e morreu na quinta [18]. Antes de viajar, o marido dela me contou que ela deitou no peito dele e falou: ‘ô Marcos, cuida bem dos nossos filhos’, e acho que ali foi o adeus”.

De acordo com Claudinei Batista de Jesus, secretário municipal de Saúde de Manoel Ribas, Naiara trabalhou em hospitais em Ivaiporã e há 1 ano estava trabalhando para Prefeitura de Manoel Ribas contra o novo coronavírus.

Segundo ele, a profissional foi no dia 25 de janeiro para Manaus e pretendia ficar poucos dias, apenas para dar suporte à família.

“Era uma excelente profissional, dedicada. Estava no 10º período de graduação em Enfermagem. Tinha toda uma carreira pela frente, mas infelizmente a doença levou mais um profissional da saúde. Ela gostava do que fazia e se foi tentando fazer o bem”, concluiu o secretário.

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