Brasil – Denúncias de exploração de trabalho em lojas da rede de fast food Burger King são recorrentes. Desta vez, um trabalhador teve que urinar nas calças porque não tinha permissão para sair do local de trabalho. A humilhação aconteceu no Shopping Jardins, em Aracaju, Sergipe. O vídeo rapidamente viralizou nas redes sociais.
De forma corajosa, José Vinícius gravou o vídeo do local de trabalho expondo a situação ultrajante à qual é submetido: “Quero relatar o inevitável, que eu acabei de mijar aqui no quiosque porque eu não posso sair daqui. Se eu sair daqui do quiosque eu levo advertência; a segunda, eu levo suspensão; e a terceira eu levo uma justa causa”, dispara.
De acordo com o jovem trabalhador, o nível de pressão no local excede o limite de um ambiente normal de trabalho: “Ontem mesmo eu levei uma advertência por ter saído do quiosque, porque eu fui embora na minha hora, se eu saísse novamente, eu iria levar uma suspensão, Isso é uma injustiça, isso não pode acontecer”, desabafa.
Histórico de abusos
A empresa de fast food do homem mais rico do Brasil, Jorge Paulo Lemann, tem um longo histórico de denúncias e abusos envolvendo exploração de trabalhadores e sobrecarga de trabalho, no Brasil e no exterior. Em 2017, a rede no Brasil foi condenada a pagar R$ 1 milhão de indenização por danos morais coletivos por submeter funcionários a jornadas excessivas de trabalho em Araraquara, no interior paulista. Em 2022, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região condenou a empresa a pagar mais de R$ 7 mil em indenização a um ex-funcionário por danos morais e condições insalubres de trabalho ao longo dos mais de dois anos em que o rapaz atuou em um restaurante da franquia em São Paulo. As denúncias de exploração do trabalho não acontecem só no Brasil. Em 2021, funcionários de uma unidade da lanchonete Burger King na cidade de Lincoln, em Nebraska, nos Estados Unidos, pediram demissão em massa e divulgaram a decisão no letreiro com a logo da rede, na frente da loja. O motivo: precárias condições de trabalho no local.
Fonte: Revista Fórum
