O gerente da loja de caça e pesca, Bruno Cristiano Santos, 24, foi preso na tarde desta terça-feira (17) com seus comparsas Adenilson Costa Pereira Filho, 21, Manoel Lima da Rocha, 41 e Paulo Diceu Castro da Costa, 36, pela Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (Derfd).
A ação foi comandada pelos delegados Adriano Felix e Daniel Leão, titular e adjunto, respectivamente, da especializada.
De acordo com Felix, o grupo está envolvido em roubo ocorrido no dia 9 deste mês, a uma loja de caça e pesca localizada na rua Leovegildo Coelho, no Centro, zona sul.
Felix informou que as prisões iniciaram por volta de meio-dia, com Adenilson abordado em via pública, no Tancredo Neves, zona leste. Bruno foi preso no mesmo horário, na loja de caça e pesca onde ele trabalhava, alvo da ação criminosa. Manoel foi preso por volta das 14h, na rua São Pedro, Compensa, zona oeste. Com Manoel foram apreendidos, aproximadamente, cinco quilos de drogas, entre cocaína pura e maconha do tipo skunk, além de um veículo modelo Stilo, de cor preta e placas NOS – 6309. Paulo foi preso por volta das 16h, na avenida Coronel Teixeira, Ponta Negra, também na zona oeste.
Falso sequestro – Os mandados de prisão preventiva foram expedidos no dia 12 de outubro deste ano, pelo juiz Eliezer Fernandes Júnior, no Plantão Criminal. Adriano Felix esclareceu que Bruno, gerente da loja de caça e pesca, planejou a ação e forjou ter sido sequestrado no dia do delito. Adenilson é ex-funcionário da empresa e também participou do esquema criminoso.
A autoridade policial explicou que no dia do roubo os indivíduos subtraíram da loja 16 armas, entre revólveres e pistolas; 2,6 mil munições, além de R$ 7 mil do caixa do estabelecimento. Após o crime, Bruno foi até o 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP) e relatou que chegava ao local de trabalho quando foi surpreendido por quatro indivíduos desconhecidos, a bordo de um veículo de cor branca, que o obrigaram a entregar as chaves da loja e exigiram que ele entrasse no carro. Após a ação criminosa, Bruno afirmou que foi levado a um local desconhecido, onde foi mantido em cativeiro.
Elucidação – Após a falsa comunicação de crime, o caso foi transferido à Derfd. Durante as investigações a equipe da especializada constatou que Bruno e os três comparsas haviam forjado o sequestro e o roubo à loja. Durante os trabalhos de inteligência da especializada e Seai foi descoberto que Adenilson teria planejado o crime e Bruno havia repassado informações privilegiadas sobre o estabelecimento aos comparsas e abriu a loja no dia em que o crime aconteceu.
“Adenilson é responsável por arquitetar toda a ação criminosa. Bruno foi responsável por entregar as chaves do cofre da loja. A partir daí não houve um roubo majorado ou sequestro e sim um furto qualificado, por parte dessa associação criminosa. O apoio da Seai foi muito importante para que nós pudéssemos prender esses quatro indivíduos e recuperar as armas furtadas que iriam para o crime organizado”, disse o titular da Derfd.
Material apreendido – Com os infratores foram recuperadas da loja de caça e pesca 10 pistolas, um revólver calibre 38 e 1,6 mil munições de calibres 38 e 380. Durante depoimento na especializada Adenilson, Manoel e Paulo confessaram participação na ação criminosa. Já Bruno negou envolvimento no delito. “Recuperamos 80% do armamento furtado da loja. Ainda temos quatro armas em circulação nas ruas, mas vamos continuar as investigações em torno do caso, com o apoio da Seai”, declarou Adriano Felix.
Os quatro elementos foram indiciados por furto qualificado, associação criminosa, porte e posse ilegal de arma de fogo. Já Bruno também irá responder por falsa comunicação de crime e Manoel foi indiciado por tráfico de drogas. Ao término dos procedimentos cabíveis na Derfd, os infratores serão levados ao Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM), onde irão permanecer à disposição da Justiça.