BRASIL – O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já preparou a minuta de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para impedir que militares da ativa possam assumir cargos no Executivo e disputar eleições. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a minuta “determina a transferência para a reserva, demissão ou licença ex officio do militar que registrar candidatura, independentemente do resultado das eleições”.

“Para ser elegível, no ato do registro da candidatura, o militar das Forças Armadas deve efetivar a transferência para a reserva ou a demissão ou licença ex officio caso não preencha os requisitos para a reserva”, diz trecho da minuta que altera o artigo 14 da Constituição (parágrafo 8-A).

O projeto também insere mais um parágrafo no artigo 87 da Constituição para que militares que ocuparem cargos de ministros de Estado sejam transferidos para a reserva.

O texto da PEC foi urdido no Ministério da Defesa, após reuniões com os comandos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. “Houve grande aceitação. Está tudo pacificado”, disse o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. O projeto, porém, encontra resistências. Um dos pontos em que os militares não aceitam alterações é no artigo 142 da Constituição, que trata das funções das Forças Armadas, mas que é distorcido por bolsonaristas e militantes da extrema direita para justificar uma intervenção ou golpe militar.

“Somos contra o fim da Garantia da Lei e da Ordem porque seria uma medida muito drástica”, disse o presidente do Superior Tribunal Militar (STM), Joseli Camelo.

Artigo anteriorDefesa de Bolsonaro cita ‘alto risco’ de inelegibilidade por ataque às urnas na reunião com embaixadores
Próximo artigoRede de Supermercados ‘Assaí’ estuda cortar investimentos e vender lojas