Brasil – A campanha de 2022 tem apresentado mais estabilidade nas pesquisas de intenção de voto para presidente da República do que o que aconteceu há quatro anos. A essa altura da disputa eleitoral em 2018, os dias estavam agitados há três semanas do primeiro turno: houve tentativa de homicídio do então candidato Jair Bolsonaro (na época no PSL, hoje no PL) e a troca da cabeça de chapa do PT.

Há exatamente quatro anos, em 11 de setembro de 2018, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um de seus advogado ler, em frente à superintendência da PF em Curitiba, onde cumpria pena por condenação na Lava Jato, carta na qual desistia da corrida e indicava o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) como seu substituto. Cinco dias antes, Bolsonaro havia sido esfaqueado em Juiz de Fora (MG) e estava internado em estado grave.

Com a retirada do petista da corrida eleitoral, Bolsonaro assumiu a liderança nas pesquisas e seguiu em curva ascendente nos levantamentos, até vencer o pleito em segundo turno e assumir o comando do Palácio do Planalto.

Situação mais estável em 2022

Este ano, Bolsonaro também chega à reta final da campanha subindo nas pesquisas, mas em ritmo muito mais lento do que há quatro anos. Já o ex-presidente Lula tem mostrado estabilidade nos levantamentos de diferentes institutos e está na liderança desde o início das pré-campanhas.

Pesquisa Datafolha divulgada na última sexta-feira (9/9) mostrou que Lula mantém 45% das intenções de voto no primeiro turno das eleições, contra 34% de Jair Bolsonaro (PL), que oscilou dois pontos percentuais, na margem de erro, para cima em relação à pesquisa anterior do mesmo instituto, divulgada em 1º de setembro, que lhe dava 32%. A diferença entre os dois líderes, portanto, caiu de 13 para 11 pontos.

Pesquisa Ipespe, feita em parceria com a Associação Brasileira de Pesquisas Eleitorais (Abrapel) e divulgada no sábado (10/9), apontou que o ex-presidente Lula está na liderança da disputa, com os mesmo 44% das intenções de voto da pesquisa anterior, e que Bolsonaro passou de 35% para 36%.

Clima tenso em 2018

Em 2018, o primeiro turno ocorreu em 7 de outubro, uma semana mais tarde do que a data deste ano (2 de outubro). Em pesquisa Datafolha divulgada em 15 de setembro daquele ano, Bolsonaro aparecia em primeiro, com 26% das intenções de voto, com crescimento acima da margem de erro em relação aos 22% que tinha registrado, segundo o mesmo instituto, em agosto de 2018.

Haddad também subia forte, saindo da parte de baixo dos gráficos quando seu nome passou a ser testado no lugar do de Lula. Em 22 de agosto de 2018, Haddad tinha apenas 4%. E, 15 de setembro, chegava a 13%.

Nas semanas seguintes, Bolsonaro cresceu mais rápido que o petista e chegou à última pesquisa, em 6 de outubro, com 36% das intenções de voto. Haddad tinha 22% e Ciro Gomes (PDT), 13%. Quando as urnas foram abertas, Bolsonaro conseguiu 46,03% dos votos, Haddad ficou com 29,28% e Ciro, com 12,47%.

Uma das explicações dos cientistas políticos e estatísticos para a diferença entre a pesquisa e o resultado é a decisão de última hora dos indecisos e dos apoiadores de quem está mais atrás pelo voto útil em candidatos mais competitivos. Enquanto Bolsonaro e Haddad tiveram mais votos do que as pesquisas previam, candidatos como Geraldo Alckmin (então no PSDB) e Marina Silva (Rede) colheram nas urnas um resultado pior do que as pesquisas previam.

Via: Metrópoles

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