Brasil – José Nilton Cardozo, de 65 anos, possui um tumor gigante que afeta metade de seu rosto. Devido à dificuldade de realizar um procedimento para sua retirada, o homem entrou com uma ação na Justiça do Rio Grande do Norte e a expectativa é que a cirurgia seja realizada ainda nesta semana.

O tumor que atinge José é classificado como benigno, mas causa dores e desconfortos, impossibilitando-o de permanecer em seu trabalho. Para viver sua vida cotidiana sem maiores preocupações, são necessárias 18 doses de morfina diárias, sendo 3 comprimidos a cada 4 horas.

Por isso, sua filha e advogada, Mirnari Cardozo, entrou com um processo judicial para ajudar a condição de saúde do pai. José tem histórico de outro tumor, que apareceu em 2013 e foi diagnosticado após ter uma convulsão. No entanto, uma cirurgia simples, feita pelo SUS, o eliminou.

Em 2016, Cardozo foi diagnosticado novamente com outro tumor, mas escondeu o fato de suas filhas mais velhas. Na época, ele morava com outra família e só informou suas outras filhas quando a condição já estava grave. José foi submetido a uma nova cirurgia, que retirou a porção intracraniana do tumor.

A massa exposta no rosto do marceneiro, na época, ainda não limitava sua vida. Ele fez radioterapia para que o tumor não avançasse, porém, após quase um ano sem crescer, o tumor permaneceu aumentando.

O tumor que afeta José é um meningioma, que afeta as meninges, que são as membranas que revestem o cérebro. Normalmente, por serem benignos, não afetam a vida do paciente mas, no caso de Cardozo, seu quadro teve reviravoltas nos últimos meses, após o avanço da condição.

Mirnari explica que a cirurgia para a retirada do tumor atual não pode ser realizada devido a falta de um material específico para o pré-operatório, em que deveria ser feita uma embolização, procedimento que fecha os vasos sanguíneos do local, a fim de evitar uma hemorragia durante a cirurgia.

“A gente tem um hospital referência em câncer, mas falta o material, que é do SUS”, disse Mirnari.

A advogada fez um orçamento do procedimento completo na rede privada, que totaliza R$ 147 mil. No entanto, o juiz deu uma liminar solicitando unicamente o valor do material, que custa R$ 60 mil. Segundo Mirnari, o Estado entendeu que ela e seu pai estavam tentando “furar a fila”, pois a cirurgia “não é tão urgente assim”.

Um médico de Recife conseguiu mobilizar uma vaga para que José realizasse a embolização no estado, mas a viagem – que já seria complicada para o estado de saúde de José – não acontecerá devido à notificação do Hospital Universitário Onofre Lopes, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sobre a chegada do material para a realização do procedimento ainda esta semana.

“Até lá a luta continua para mantê-lo controlado e com a menor dor possível. Ele tem muita ansiedade, além do mal-estar pelos efeitos colaterais da morfina. Nossos esforços não estão sendo em vão”, disse Mirnari.

Fonte: Revista Fórum

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