Um homem foi brutalmente espancado por outro por uma dívida de R$ 500 em Tangará da Serra, no Mato Grosso, na última quinta-feira (3). O caso aconteceu dentro de uma oficina mecânica de ar-condicionado. O vídeo do momento viralizou nas redes sociais, nesse fim de semana, e gerou revolta com os requintes de crueldade aplicados na vítima. Um inquérito foi instaurado pela Polícia Civil e os agressores identificados e presos.
No vídeo que circula pelas redes, o suspeito aparece bebendo uma cerveja enquanto dá tapas, chutes e socos na vítima. Durante a tortura, ele também humilha o homem com diversos xingamentos. Em certo momento, o agressor quebra a garrafa da bebida na cabeça da vítima. “Bota a cara aqui que eu vou dar um tapa na sua cara. Vou dar fraquinho porque estou com dó. Bota a cara que eu vou dar outra tapa. Bota a cara, desgraça!”.
A pessoa que filma tudo incita a violência de forma contínua. “Não adianta você chorar. Você não gosta de roubar os outros? Não gosta de roubar ladrão? Então é isso aí”. Em um determinado momento, o autor da tortura diz que é “bandido”. “Sou bandido, irmão”. Por conter cenas de extrema violência e para preservar a vítima, o vídeo não será incorporado na matéria.
O fato de grande repercussão foi filmado pelos agressores e compartilhado por meio de aplicativo de mensagens, viralizando nas redes sociais. O suposto motivo do crime seria o fato de a vítima ter uma dívida de R$ 500 com os suspeitos.
Agressor se manifesta
Pelas redes sociais, o homem identificado como autor das agressões, Gustavo Henrique Albanez, confirmou que o espancamento foi por conta de dinheiro, e que o rapaz “não apanhou de graça”. “Não foi R$ 200, R$ 300, R$ 400 igual todo mundo está falando. Outra, o rapaz da filmagem, o prejudicado, provavelmente ele não apanhou de graça, isso todo mundo sabe. Ele apanhou porque fez alguma coisa”.
O criminoso disse que errou e continuou culpando a vítima. “Venho pedir desculpas para a população, nada justifica ter feito o que eu fiz, ainda mais gravar. Ele não reagiu, mas não foi porque tinha gente armado, ele pode estar comprovando isso aí. Sei que ele vai falar a verdade. Não tinha um monte de gente, fui eu e ele só, e ele não reagiu. Ele sabe que ele estava errado. Mas não tem como eu justificar um erro com o outro”, completou.
Localizados e presos
Assim que tomou conhecimento do vídeo, a Polícia Civil de Tangará da Serra disse que “iniciou as investigações e conseguiu identificar o autor das agressões, assim como o responsável pela filmagem”. Com a identificação feita, o delegado Adil Pinheiro de Paula solicitou mandados de prisão preventiva dos suspeitos, que foram expedidos pela 2ª Vara criminal de Tangará da Serra.
Um dos autores foi localizado em uma fazenda, a cerca de 35 quilômetros de Tangará da Serra, em ação coordenada pelo delegado responsável pela investigação. O segundo suspeito foi preso pela equipe da Polinter, em um hotel na Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá. Ainda segundo a Polícia Civil, os suspeitos serão encaminhados ao sistema prisional nesta terça-feira (8).
