BRASIL – A graphic novel “Ajuricaba” do estúdio amazonense Black Eye, criada pelo jornalista, roteirista e ilustrador Ademar Vieira e pelo quadrinista Jucylande Júnior, com a arte-final do ilustrador Tieê Santos, recebeu a indicação ao prêmio Jabuti 2021, maior premiação de literatura do Brasil, na categoria Histórias em Quadrinhos (HQ).

Chamando a atenção por ser a primeira HQ do Amazonas a receber uma indicação na premiação, a história em quadrinhos de 130 páginas, em preto e branco, conta a saga do símbolo da resistência à colonização, o líder indígena Ajuricaba, responsável pela maior campanha junto aos povos indígenas do Amazonas, no século XVIII.

Para o autor, a obra vai muito além do entretenimento, pois tem um valor histórico e cultural bastante simbólico para o povo amazonense.

“Antes de escrever o roteiro, eu fiz uma pesquisa histórica e antropológica para conhecer mais sobre Ajuricaba e os manaós e recebi ajuda do escritor Márcio Souza e do historiador Davi Avelino. Tive acesso a um vasto material muito específico sobre o momento histórico em que a HQ se passa, por isso, eu acho que essa é uma história bastante necessária para o público de hoje, principalmente para que os manauenses conheçam melhor a sua própria história”, contou.

A obra foi vencedora do edital Conexões Culturais da Prefeitura de Manaus, por meio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), em 2018.

“Essa indicação é algo que vai além de uma conquista pessoal, porque o Ajuricaba é um ícone da cidade de Manaus e acredito que compartilho a alegria com todos os manauenses. Eu vejo isso como o reconhecimento da importância dessa personalidade histórica que o público do Brasil ainda não conhece. Espero que com essa indicação, as pessoas fiquem curiosas sobre a nossa história e fiquem sensíveis à luta de Ajuricaba e dos povos indígenas do Brasil”, disse o autor da obra, Ademar Vieira.

Sobre o autor

Ademar, que também é formado em jornalismo pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), já trabalhava de forma amadora como roteirista. Contudo, percebendo o crescimento do mercado de animação no Brasil, se especializou como roteirista de animação, na Academia Internacional de Cinema, de São Paulo, e voltou a atuar na área, como profissional. Em 2018, ele lançou de forma independente dois quadrinhos sobre a Amazônia, na Bienal de Curitiba, no Paraná. Seus quadrinhos são baseados em sátiras políticas, experiências pessoais ou no assunto que estiver em alta no momento.

Artigo anteriorMorre em São Paulo a jornalista Cristiana Lôbo, aos 63 anos
Próximo artigoFuncionários da Igreja Mundial, do “apóstolo” Valdemiro, deflagram greve