Brasil – Três militantes do PSOL foram sequestrados pelas forças militares de Israel nesta quarta-feira (1), durante a interceptação da Flotilha Global Sumud, que se dirigia à Faixa de Gaza em missão humanitária. A vereadora de Campinas Mariana Conti, a presidente do PSOL no Rio Grande do Sul Gabi Tolotti e o educador popular da Rede Emancipa Nicolas Calabrese estavam entre os cerca de 500 participantes de 46 países que tentavam levar alimentos, medicamentos e próteses à população palestina.

A abordagem ocorreu em águas internacionais. O grupo navegava em dois dos 44 barcos que compõem o esforço internacional. De acordo com comunicado do partido, os três brasileiros encontram-se incomunicáveis após a detenção.

Antes da interceptação, os militantes denunciaram a ilegalidade da ação israelense. “É uma ação violenta e ilegal de Israel contra ativistas de quase 50 países que estão tentando levar alimentos, medicamentos e próteses a um povo sob genocídio. O governo brasileiro precisa exigir a libertação imediata de todos os seus cidadãos detidos”, declarou Mariana Conti, que estava a bordo do barco Sirius-Haifa.

Gabi Tolotti, no barco Spectre, destacou o caráter pacífico da missão: “Somos uma missão humanitária não violenta, carregando mantimentos básicos para a sobrevivência do povo palestino e protegidos por todas as leis do direito internacional. A agressão de Israel é mais uma expressão da política genocida de manter Gaza sob bloqueio total e utilizar a fome como arma de guerra.”

Já Nicolas Calabrese lembrou que a ação faz parte de uma luta histórica para romper o bloqueio a Gaza: “Somos parte de um movimento que começou há quase 20 anos, desde que a Faixa de Gaza foi colocada sob bloqueio por Israel. A Global Sumud Flotilla é a maior da história, e sua captura ilegal não impedirá que outras sigam o nosso caminho.”

A delegação brasileira na flotilha reúne 15 pessoas, incluindo a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) e o ativista Thiago Ávila, liderança internacional do movimento.

Mais cedo, as Forças Armadas de Israel divulgaram imagens em que alertavam as embarcações da flotilha sobre a aproximação de uma “zona bloqueada”. Relatos de jornalistas e ativistas também apontaram a presença de drones israelenses sobre os barcos civis. Organizações internacionais de direitos humanos e parlamentares de diferentes países acusam Israel de violar o direito internacional ao interceptar embarcações humanitárias em águas internacionais.

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