Um adolescente de 17 anos da comunidade ribeirinha Tapiira, na Reserva Extrativista Rio Unini, município de Barcelos, no norte do Amazonas, morreu na quinta-feira (16) com sintomas de encefalite viral (inflamação no cérebro) no Hospital 28 de Agosto, em Manaus. Há suspeita é de que ele tenha sido infectado pelo Lyssavirus, que provoca a raiva humana. Segundo a Associação de Moradores do Rio Unini (Amoru), Lucas foi mordido diversas vezes por morcegos, animais que são comuns na região de floresta nativa.  

A Fundação de Medicina Tropical informou que a causa da morte do garoto será investigada. Mais duas pessoas da mesma comunidade, uma menina de 10 anos, irmã do garoto, e um homem de 44 anos, estão internadas em estado grave com sintomas de encefalite viral no hospital da fundação, em Manaus. Os nomes dos dois pacientes não foram divulgados.

O infectologista Antônio Magela Tavares, chefe do Departamento Clínico da Fundação de Medicina Tropical, disse à reportagem que a instituição fará a necropsia no corpo do adolescente Lucas. Serão realizadas coletas de amostras de pelos e de sangue da menina também para exames. O objetivo é descobrir a causa da morte, diz o médico.

O corpo do adolescente foi liberado no sábado (18) pela Fundação de Medicina Tropical para o sepultamento em Novo Airão (a 180 quilômetros de Manaus) onde estão seus familiares, informou a associação. 

De acordo com a Associação dos Moradores do Rio Unini, a comunidade Tapiira fica na margem do Rio Unini, afluente do Rio Negro, distante a cerca de 400 quilômetros de Manaus. Este ano, conforme a associação, 88 pessoas dessa mesma comunidade foram mordidas por morcegos, algumas por mais de 20 vezes. 

Conforme apurou a reportagem da Amazônia Real, os sintomas de encefalite viral surgiram no jovem Lucas Castro na semana passada. Após sentir dores no quadril, que evoluíram para a paralisia das pernas, o adolescente foi levado ao hospital da cidade de Barcelos. Na quarta-feira (15), ele foi transferido, em viagem de barco e carro, em estado grave para o Hospital 28 de Agosto em Manaus, mas morreu no dia seguinte.

A menina, irmã de Lucas, sentiu os mesmos sintomas na terça-feira (14). No hospital de Barcelos, ela foi submetida a uma cirurgia de apendicite. Após o procedimento, seu estado de saúde se agravou. Na sexta-feira (17), ela foi transferida de avião para Manaus onde foi internada na Unidade de Tratamento Intensivo da Fundação de Medicina Tropical. De acordo com o hospital, seu estado é grave, porém estável.

O terceiro caso de morador da Comunidade Tapiira internado com suspeita de encefalite viral é de um homem de 44 anos. Ele sentia dores no quadril. Foi internado no hospital de Barcelos, mas seu quadro agravou-se. Ele foi transferido em uma viagem de barco com duração de 20 horas pelo rio Negro para Manaus na noite de sexta-feira (17), onde foi internado na Fundação de Medicina Tropical.

Fonte: Amazônia Real 

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