Um jovem alegre, trabalhador, talentoso e querido por muitos. Esse era Emanuel Mateus Ciriaco Martelo – ou Mateus Oliveira, como preferia ser chamado nas redes sociais -, de apenas 15 anos, executado friamente na noite dessa segunda-feira (28) em um salão de beleza no bairro Vista Alegre, região Oeste de Belo Horizonte. O caso ainda é cercado de mistérios – com suspeitas de crime passional, homicídio por engano e até mesmo homofobia – e ninguém foi detido, por ora.

Apesar das suspeitas, as autoridades ainda não confirmam nenhuma linha de investigação. Os militares conseguiram conversar com duas testemunhas da execução: o dono do salão, que estava fora do estabelecimento no momento do crime, e uma cliente. A mulher relatou aos policiais que um homem vestido com blusa escura e capuz entrou no salão dizendo: “Preciso conversar com esse pilantra”. Em seguida, deu vários disparos e fugiu.

Já o proprietário contou que estava fumando do lado de fora do estabelecimento, quando viu o homem com capuz entrar e, logo em seguida, ouviu os disparos. Na sequência, o autor fugiu em uma motocicleta. O BHAZ tentou falar com o dono do salão, mas ele afirmou que não tinha nada a informar.

Mateus foi executado. A perícia identificou ao menos seis disparos feitos contra o adolescente: três na cabeça, dois no peito e um no ombro.

Pistas

Os militares conversaram, ainda, com um parente de Mateus. O familiar disse que tem convicção de que o autor do homicídio é um jovem de 22 anos, que há meses ameaça toda a família. O suspeito teria iniciado as intimidações após ter um relacionamento por cerca de seis meses com uma integrante da família. Inconformado com o término, passou a fazer ameaças de morte tanto contra a jovem com quem se relacionou, quanto contra os familiares dela – o que rendeu três registros policiais.

Em um dos casos, o suspeito teria invadido a casa onde a ex-companheira mora e atirou diversas vezes – sempre à procura da mulher, que precisou se mudar e abrigar em outro local. Como Mateus era muito próximo dessa parente, também era constantemente ameaçado pelo suspeito. Esse mesmo rapaz, em outra ocasião, ainda tentou colocar fogo na casa da família da ex.

A PM ainda levantou a informação, durante o trabalho logo após o crime, de que o homicídio poderia ter motivação homofóbica. Questionada pelo BHAZ sobre a prisão do suspeito ou mesmo o andamento das investigações, a Polícia Civil não retornou a demanda até a publicação desta reportagem. Este texto será atualizado tão logo a corporação se manifeste.

Comoção

O BHAZ tentou falar com conhecidos e parentes de Mateus durante toda esta terça-feira, mas os procurados ficaram com medo de conversar com a reportagem. Pelas redes sociais, muita comoção. “Eu tô sem acreditar porque era uma pessoa que a gente amava que fazia a diferença nas nossas vidas. Mas agora a saudade fica, é melhor lembrar dos momentos em que a pessoa fez a diferença”, lamentou uma amiga. “Nunca deixa de dar um abraço e falar que ama pois isso tudo é um sopro”, complementou.

“A vida é um sopro mesmo, Deus te dê um bom lugar, meu coração tá se tornando uma pedra de gelo de tanta dor e sofrimento, meu Deus que ano é esse. Vai com Deus, amor, só momentos bons felizes, sabemos que você não fazia mal pra ninguém. Amamos você”, escreveu outra conhecida.

“Nunca sabemos o que nos pode acontecer, dê valor a pequenas coisas da vida! Que Deus te receba de braços abertos e conforte toda sua família”, publicou um amigo. Através de publicação no Instagram, o perfil do salão de beleza Beleza Real lamentou o crime. “Infelizmente tivemos uma perda valiosa! Que Deus nos conforte e conforte o coração dos familiares e amigos. Descanse em paz!”.

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