
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender, nesta segunda-feira (28/7), um diálogo direto com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para tentar reverter a tarifa de 50% imposta pelo governo norte-americano a produtos brasileiros. A taxação, anunciada recentemente, entra em vigor em quatro dias.
“Espero que o presidente dos Estados Unidos pense na importância do Brasil. Quando há divergências, no mundo civilizado a gente senta, discute, negocia. Não se toma uma decisão unilateral de sobretaxar o Brasil em 50% assim, de forma abrupta”, declarou Lula.
O petista voltou a responsabilizar Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pelo aumento da tensão com Washington. Eduardo, que está nos EUA, admitiu ter participado das articulações para sanções contra o Brasil.
“Isso é obra do filho do coisa e do coisa [Bolsonaro] que incentivaram isso. O mesmo que fazia campanha enrolado na bandeira do Brasil, dizendo ‘Brasil acima de tudo’. Agora mostra o falso patriotismo: Brasil acima de tudo, mas primeiro os EUA. É uma vergonha”, disse Lula.
O governo brasileiro segue tentando negociar para barrar o tarifaço. Em carta enviada a Lula, Trump criticou os processos por tentativa de golpe contra Bolsonaro e a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF). Eduardo Bolsonaro, por sua vez, afirmou nas redes sociais que a decisão do governo norte-americano ocorreu após sucessivas reuniões suas com a Casa Branca.
Durante a inauguração de uma usina termoelétrica no Rio de Janeiro, Lula voltou a dizer que o povo brasileiro não pode pagar pelo que chamou de “aventuras” de Bolsonaro: “Ele não será julgado pelo governo, mas sim pela Justiça”.
Pelas redes, Eduardo Bolsonaro condiciona uma eventual suspensão da tarifa a uma anistia “geral e irrestrita” e ao impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes — mas esbarra na falta de apoio e no desgaste no Congresso.