Brasil – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mencionou nesta quarta-feira, 26, a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dos oficiais-generais pela trama golpista. A declaração ocorreu na cerimônia de sanção da ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) no Palácio do Planalto.

“Ontem, este País deu um passo importante. Este País ontem deu uma lição de democracia ao mundo”, disse. Lula enalteceu o posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento em que condenou Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão.

“Sem nenhum alarde a Justiça brasileira mostrou a sua força, não se amedrontou com as ameaças de fora e fez um julgamento primoroso onde não tem uma acusação de oposição. É tudo acusação de dentro da quadrilha que tentou dar um golpe neste País”, afirmou em discurso.

Nesta terça-feira, 25, o ministro do STF Alexandre de Moraes encerrou a ação penal que condenou o chamado “núcleo crucial” da trama golpista. Com total discrição, todas as prisões foram realizadas poucas horas após a decisão do magistrado. Depois, a Primeira Turma do STF abriu uma sessão extraordinária remota e referendou o fim do processo.

“Pela primeira vez na História deste País, você tem alguém preso por tentativa de golpe. Você tem um ex-presidente da República e quatro generais de quatro estrelas presos numa demonstração de democracia vale para todos”, afirmou. “Democracia não é privilégio de ninguém, é um direito de 215 milhões de brasileiros.”

Além de Bolsonaro, estão presos para cumprimento da pena da trama golpista os generais da reserva Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira e o almirante da reserva Almir Garnier. Walter Braga Netto, general da reserva, que já estava preso, também começa agora a cumprir a punição estabelecida na sentença.

“Eu estou feliz, não pela prisão de ninguém, mas porque este País mostrou que está maduro para exercer a democracia na sua mais alta plenitude”, disse Lula ao encerrar seu discurso na solenidade no Planalto.

O STF determinou ainda o início da execução da pena do ex-ministro Anderson Torres, que também foi preso, e do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que está nos EUA e é considerado foragido.

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