O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) negou, nesta quarta-feira (9), um pedido de indenização de R$ 1 milhão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra a revista IstoÉ, os repórteres Sérgio Pardellas e Germano Oliveira, e a fonte Davincci Lourenço de Almeida. Com a decisão, Lula terá que pagar R$ 150 mil em honorários aos advogados dos réus.

O processo, iniciado em 2017, decorreu de uma reportagem que afirmava que Lourenço havia transportado uma mala de dinheiro para uma terceira pessoa, que supostamente repassaria o valor a Lula em 2012. A matéria sugeria que o dinheiro era parte de um pagamento relacionado a um contrato de R$ 100 milhões entre a Camargo Corrêa e a Petrobras.

Lourenço, descrito como uma “testemunha-bomba”, alegou ter levado a mala do hangar da empreiteira em São Carlos até um táxi aéreo em Congonhas. Ele afirmou que o dinheiro estava em um saco dentro da mala, que permanece com ele.

Cristiano Zanin, advogado de Lula à época e atualmente ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), argumentou que as alegações eram “mentirosas” e fruto de um “farsante” em busca de notoriedade. Ele também destacou que a fonte tinha um histórico de inverdades, incluindo declarações bizarras sobre a ex-presidente Dilma Rousseff.

Os repórteres e a revista, por sua vez, sustentaram que Lourenço tinha vínculos com a família da empreiteira e que Lula tentava desqualificá-lo. Eles afirmaram que a reportagem era informativa, sem opiniões pessoais, e respeitou os limites legais.

O relator do caso, desembargador James Siano, concluiu que não havia indícios de falsidade nas informações e que Davincci, ao prestar sua versão, não deveria ser responsabilizado. Lula ainda pode recorrer da decisão. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência não respondeu ao contato do Estadão.

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