
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a classificar como “genocídio” a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza. A nova declaração foi feita neste domingo (1º), durante o 16º Congresso Nacional do PSB, que elegeu o prefeito do Recife, João Campos, como novo presidente da sigla.
Lula também criticou duramente o anúncio feito por Israel na última quinta-feira (29), sobre a criação de 22 novos assentamentos na Cisjordânia ocupada. Em paralelo, o Palácio do Planalto divulgou uma nota oficial repudiando a medida “nos termos mais veementes”, considerando-a uma violação do direito internacional.
— O que estamos vendo é um exército altamente armado matando mulheres e crianças. Isso não é uma guerra, é um genocídio — afirmou o presidente ao público do evento.
No discurso, Lula leu a nota do governo federal, que classificou o plano israelense como uma “flagrante ilegalidade” e citou parecer da Corte Internacional de Justiça, de 19 de julho de 2024, que considera ilegal a presença contínua de Israel em territórios palestinos ocupados.
Essa não é a primeira vez que o presidente brasileiro se refere às ações de Israel como genocidas. Em 10 de maio, Lula acusou o governo israelense de usar o combate ao Hamas como pretexto para matar civis em Gaza. A fala gerou reação da Confederação Israelita do Brasil (Conib), que acusou o petista de antissemitismo.
Expansão dos assentamentos
O novo plano israelense prevê a criação de 22 colônias na Cisjordânia, o que tende a agravar o isolamento diplomático do país em meio à guerra em Gaza. O anúncio foi feito pelo ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, que celebrou a decisão como um marco para o “desenvolvimento da Judeia e Samaria”, como os setores mais à direita de Israel chamam a Cisjordânia.
Entre os assentamentos estão Homesh e Sa-Nur, locais desocupados em 2005 durante a retirada da Faixa de Gaza ordenada pelo então primeiro-ministro Ariel Sharon. Agora, serão reassentados.
A decisão foi duramente criticada por organizações pacifistas, como a ONG israelense Paz Agora, que se opõe à expansão dos assentamentos.
A medida partiu do governo mais radical da história de Israel, liderado por Benjamin Netanyahu e sustentado por partidos ultranacionalistas e religiosos desde dezembro de 2022.