
Usar maconha pode dobrar o risco de morte por doenças cardíacas, aponta um novo estudo que analisou dados de mais de 200 milhões de pessoas, com idades entre 19 e 59 anos. A pesquisa foi publicada nesta terça-feira (17) na revista científica Heart.
Segundo os pesquisadores, usuários de cannabis também apresentaram risco 29% maior de infarto e 20% maior de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) em comparação com quem não consome a droga. O levantamento destacou que muitos dos pacientes afetados eram jovens, sem histórico de problemas cardiovasculares e sem fatores clássicos de risco como o tabagismo.
Especialistas alertam para a falsa percepção de segurança associada à maconha, considerada por alguns como uma substância “natural e inofensiva”. Segundo os cientistas, qualquer forma de inalação — seja fumando, vaporizando ou usando concentrados — expõe o organismo a toxinas, material particulado e substâncias cancerígenas, prejudicando vasos sanguíneos e aumentando a coagulação.
Além da fumaça, os comestíveis com THC também foram associados a danos cardíacos. Estudos recentes mostram que usuários desses produtos apresentam uma redução significativa da função vascular, em níveis até maiores do que os observados em fumantes de tabaco.
Outro fator de preocupação é o aumento da potência dos produtos disponíveis atualmente no mercado. Os níveis de THC podem chegar a até 99% em alguns concentrados, o que eleva o risco de dependência, psicose, esquizofrenia e até vômitos incontroláveis, de acordo com os pesquisadores.
A nova análise reforça o alerta para o crescimento de casos de transtornos relacionados ao uso de cannabis, principalmente entre jovens e também em adultos com problemas cardíacos pré-existentes.
“Se eu fosse uma pessoa com risco cardiovascular, teria muita cautela antes de consumir maconha”, afirmou uma das pesquisadoras envolvidas.