Manaus – O Amazonas tinha, em 2022, 392 favelas e comunidades urbanas que correspondem a 3,2% do total nacional. Manaus, a capital do estado, tinha 236 favelas e comunidades. Em toda a região Norte eram 1.438 favelas e no Brasil eram 12.348. Os dados são da divulgação Censo Demográfico 2022: Favelas e Comunidades Urbanas (Resultados do Universo), realizada hoje, 08, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Amazonas é o 11º estado com mais favelas do Brasil
O Amazonas ficou na 11a posição entre as Unidades da Federação com maior número de favelas e comunidades urbanas. Os estados que ocuparam as três primeiras posições no ranking foram São Paulo (3.123 favelas e comunidades urbanas), Rio de Janeiro (1.724) e Pernambuco (849). Já as Unidades da Federação com o menor número de favelas e comunidades urbanas, em 2022, foram Roraima (10), Mato Grosso do Sul (31) e Tocantins (39).
Região Norte é a terceira do país em número de favelas
Com 1.438 favelas e comunidades urbanas, o Norte ficou na terceira posição entre as grandes regiões brasileiras. As maiores concentrações de favelas e comunidades urbanas estavam, em 2022, nas regiões Sudeste (6.016) e Nordeste (3.313).
Amazonas tem nove municípios com número igual ou superior a dez favelas
Dos 62 municípios amazonenses, em 30 foram identificadas favelas e comunidades urbanas, com mais da metade delas se concentrando em Manaus: eram 236 favelas e comunidades urbanas na capital. Em seguida, os municípios amazonenses com maior quantitativo de favelas são Itacoatiara (17), Parintins (16) e Manacapuru (14). Já os municípios com o menor número de favelas e comunidades urbanas eram Barreirinha, Envira, Guajará, Maués e Urucará, todos com apenas uma favela ou comunidade urbana.
Amazonas tem 1,3 milhão de pessoas em área de favelas e comunidades urbanas
O estado, que ocupa a 14a posição entre as Unidades da Federação com maior número populacional (3,9 milhões de pessoas), concentrava, segundo o Censo Demográfico 2022, 1,3 milhão de pessoas residindo em áreas de favelas e comunidades urbanas.
Entre as 392 favelas e comunidades urbanas contabilizadas no estado, as três maiores, em número de habitantes estavam localizadas em Manaus: Cidade de Deus/Alfredo Nascimento, com 55,8 mil pessoas; Comunidade São Lucas, com 53,6 mil pessoas e Zumbi dos Palmares/Nova Luz, com 34,7 mil pessoas.
Dois dos municípios da Região Metropolitana de Manaus, Itacoatiara e Coari, também apresentaram favelas e comunidades urbanas com grande número de pessoas: Área dos Igarapés em Itacoatiara, com 7,1 mil pessoas e Itamarati, com 6,3 mil pessoas.
Favelas e comunidades urbanas no estado apresentaram maior concentração de pardos e brancos
Entre a população residente em favelas e comunidades urbanas, no Amazonas, 73,5% era da cor parda e 18,8% da cor branca. Em terceira lugar, apareciam as pessoas pretas (5,6%), seguidas das indígenas (1,9%) e amarelas (0,11%). Já em Manaus, 73,1% eram da cor parda e 19,9% da cor branca, seguidas pelas pessoas de cor preta (5,8%), indígenas (1%) e amarelas (0,11%).
Número de mulheres em favelas e comunidades urbanas do Amazonas é maior
A pesquisa censitária mostrou que, em 2022, havia nas favelas e comunidades urbanas do estado mais mulheres que homens. Eram 50,9% de mulheres e 49,1% de homens no estado. Na capital, o mesmo padrão se repetiu, sendo 51,1% de mulheres e 48,9% de homens.
Faixas etárias de 20 a 24 anos e de 5 a 9 anos predominaram no estado nas áreas de favelas e comunidades urbanas
No Amazonas, as faixas etárias com maior percentual de pessoas, em áreas de favelas e comunidades urbanas, foram as de 20 a 24 anos (9,5%) e também as de 5 a 9 anos (9,24%). Em Manaus, a faixa etária de 20 a 24 anos também apresentou maior percentual de pessoas, totalizando 9,52%. Porém, diferentemente do visto em todo o estado, a segunda faixa etária com maior predominância de pessoas em Manaus foi a com idades de 25 a 29 anos, com 8,9%.
Idade mediana nas favelas e comunidades urbanas do Amazonas foi a menor que a do país e do Norte
Em 2022 o Censo identificou que a idade mediana das pessoas que viviam em áreas de favelas e comunidades urbanas, no Amazonas, era de 27 anos, sendo menor que a de Manaus (28 anos). No país e na região Norte, a idade mediana encontrada foi de 30 e 29 anos, respectivamente.
Entre as 392 favelas e comunidades urbanas do estado, a pesquisa mostrou que a maior idade mediana da população residente nesses espaços foi a da Alameda Cabral, em Manaus, onde a media foi de 45 anos. Já a menor idade mediana foi de 16 anos e se localizava na Invasão da Dona Branca, no município de Tabatinga.
No Amazonas, quase 5% das pessoas com 15 anos ou mais que viviam em favelas e comunidades não eram alfabetizadas
Do total de 1 milhão de pessoas com 15 anos ou mais residentes em favelas e comunidades urbanas, no Amazonas, 95,3% eram alfabetizadas e 4,7% não eram. Já em Manaus, de um total de 857,5 mil pessoas com 15 anos ou mais residindo em áreas de favelas e comunidades urbanas, 96% eram alfabetizadas e 3,7% não eram. Na região Norte, de 2,5 milhões, eram 94,7% alfabetizados e 5,2% não alfabetizadas.
Amazonas tem um dos menores percentuais de domicílios sem água canalizada da região Norte em favelas e comunidades urbanas
De um total de 392,2 mil domicílios particulares permanentes ocupados em favelas e comunidades urbanas do Amazonas, apenas 1,5% não possuía água canalizada, é um dos menores percentuais da região Norte, atrás apenas de Tocantins, com 0,37%, e abaixo da média regional de 2,42%. Em Manaus, 1,26% dos domicílios não possuíam água canalizada.
Em se tratando de forma de abastecimento de água, o Amazonas tinha uma predominância maior de domicílios com rede geral de distribuição que a região norte, com 79% dos domicílios com esta forma de abastecimento. Em Manaus, eram 80,6% de domicílios que tinham a rede geral de distribuição como forma principal de abastecimento.
Fossa rudimentar ou buraco foi a segunda forma de esgotamento sanitário mais comum no Amazonas
Quanto a existência de banheiro ou sanitário nos domicílios particulares permanentes ocupados localizados em favelas e comunidades urbanas, apenas 0,18% não tinham banheiro ou sanitário e 97,2% tinham banheiro de uso exclusivo no domicílio. Em Manaus, 0,11% não tinham banheiro ou sanitário e 98,8% tinham banheiro de uso exclusivo no domicílio.
Nas favelas ou comunidades urbanas de Manaus, a forma de esgotamento sanitário predominante foi a rede geral, pluvial ou fossa ligada à rede, com 44,9%, enquanto no Amazonas esse percentual foi de 40,4%. A segunda forma mais predominante de esgotamento sanitário foi fossa rudimentar ou buraco, com 22,3% em Manaus e 24,9% no Amazonas.
Coleta de lixo por serviço de limpeza predominou nas áreas de favelas do Amazonas
O Censo Demográfico também investigou a destinação do lixo em áreas de favelas e comunidades urbanas. No Amazonas, 88% dos domicílios particulares permanentes ocupados em favelas e comunidades urbanas tinham coleta de lixo por serviço de limpeza, enquanto em Manaus esse valor foi de 90,3%. Em Manaus, as favelas ou comunidades com o menor percentual de domicílios com coleta por serviço de limpeza foram a Comunidade do Conjunto Cidadão V, em que apenas 4,89% dos domicílios tinham o serviço de coleta no domicílio; Comunidade Castanheira, com 15,2% e Ramal Nova Esperança, com 16,6%. A Comunidade Loteamento Tropical teve o maior percentual de domicílios que jogavam o lixo em terreno baldio ou área pública: 43% dos domicílios.
Maior quantidade de indígenas vivendo em favelas estava em comunidades de Manaus
Das 491 mil pessoas indígenas residentes no Amazonas, 17,9% estavam em favelas e comunidades urbanas. Em Manaus, de uma população de 71,6 mil indígenas que vivia na capital, 74,3% viviam em favelas e comunidades urbanas. No Norte, esse percentual era de apenas 12,6% de indígenas morando em favelas ou comunidades urbanas.
O município de Santo Antônio do Içá tinha a favela com o maior número de pessoas indígenas (2.737), enquanto Santo Antônio em Barcelos tinha a maior predominância de indígenas, com 92,2%. Em Manaus, o Loteamento Paraíso Tropical tinha o maior percentual de pessoas indígenas: 60,3%.