Manifestantes se reuniram no Centro de Manaus na tarde deste sábado, 29/5, para protestar contra o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) em relação ao enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. O grupo pedia vacinação da população do Amazonas, a defesa da Zona Franca de Manaus e manutenção dos recursos da Educação.

A concentração do protesto ocorreu na Praça da Saudade e seguiu pela Avenida Epaminondas, Sete de Setembro, finalizando no Largo São Sebastião. Manifestantes levavam cartazes com palavras de ordem como “Fora Bolsonaro”, “Impeachment Já” e “Vacina Já”.

A ação acompanha o chamado da centrais sindicais e movimentos sociais nacionais que definiram a data como dia de mobilização contra as ações do Presidente da República em todo país.

Parintins, Tefé, Presidente Figueiredo, Itacoatiara e Humaitá também registraram manifestações contra o governo federal.

Outras capitais

No centro do Rio de Janeiro, quase 10.000 pessoas protegidas com máscaras compareceram à manifestação convocada por várias organizações de esquerda e movimentos estudantis e desfilaram aos gritos de “Fora Bolsonaro”, “Bolsonaro genocida”, “Vacina já” ou “Fora Bolsovírus”.

Desde o início da pandemia, que chegou a classificar de “gripezinha”, o presidente criticou as medidas de quarentena, promoveu medicamentos sem eficácia comprovada, gerou aglomerações e questionou a eficácia das vacinas.

A ideia de que muitas mortes poderiam ter sido evitadas se o governo tivesse começado mais cedo a campanha de vacinação, que avança lentamente e com interrupções por falta de insumos, é parte das críticas.

“Temos que parar este governo, temos que dizer chega. Ele é um assassino, é um psicopata, não tem sentimentos, não se sente como nós. Não consegue perceber o desastre que está causando”, disse à AFP o empresário Omar Silveira.

Os manifestantes também fizeram outras críticas ao presidente, a quem acusam de promover o desmatamento da Amazônia, a violência dos invasores de terras indígenas e o racismo.

Cloroquina

Manifestações semelhantes, que vêm ocorrendo em diferentes formatos com força crescente há meses, aconteceram em dezenas de cidades do Brasil, como Salvador, Brasília e Belo Horizonte, onde um manifestante se disfarçou de esqueleto com uma foice em uma mão e um frasco de cloroquina na outra.

A capital teve o maior protesto de rua contra o Bolsonaro desde o início da pandemia. Os manifestantes caminharam em direção ao Congresso, onde uma CPI do Senado investiga há semanas possíveis “omissões” de Bolsonaro na pandemia.

Na Câmara dos Deputados também há dezenas de pedidos de impeachment contra o presidente.

Os organizadores das passeatas, algumas delas marcadas para a tarde, como em São Paulo, pediram aos presentes que respeitassem as medidas de proteção contra o coronavírus, e até distribuíram máscaras e álcool gel em várias delas.

As passeatas acontecem após dois fins de semana com manifestações de apoio ao governo convocadas pelo próprio Bolsonaro, em resposta a sua perda de popularidade, que caiu para o mínimo histórico de 24%, de acordo com a última pesquisa do Datafolha.

A pesquisa revela ainda que 49% dos brasileiros são a favor do impeachment, enquanto 46% são contra, e aponta o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, grande rival de Bolsonaro, como o favorito para vencer as eleições de 2022.

Créditos: Toda Hora

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