Manaus – Uma das médicas que causou polêmica ao receber a vacina irregularmente contra a Covid-19 em Manaus, mesmo sem fazer parte do grupo prioritário, está concorrendo a um cargo no Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM-AM).

Gabrielle Kirk Moraes Lins, que é filha de um grande empresário do ramo da saúde e da educação, é candidata a conselheira pela chapa 01, liderada pelo Dr. Jorge Akel e pelo atual presidente do CRM-AM, José Bernardes Sobrinho.

As eleições serão realizadas entre os dias 14 e 15 de agosto, por meio de votação online, segundo o site do CRM-AM.

Cabe lembrar, que o caso das médicas gêmeas que foram acusadas de furar a fila da vacinação contra a Covid-19 em Manaus, em janeiro de 2021, ainda não foi encerrado pela Justiça. As irmãs Isabelle e Gabrielle Lins, foram contratadas pela prefeitura como gerentes de projetos da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) dias antes da vacinação começar, em um cargo comissionado sem necessidade de concurso público.

Elas receberam a vacina no primeiro dia de imunização na capital amazonense, mesmo sem fazer parte do grupo prioritário, e postaram fotos e vídeos nas redes sociais comemorando o fato.

A atitude das gêmeas gerou indignação e revolta na população de Manaus, que enfrentava um colapso no sistema de saúde e a falta de oxigênio nos hospitais. O Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) abriu um inquérito para apurar as denúncias de fura-filas e constatou que a contratação das gêmeas e de outros oito médicos foi irregular e falsa, pois eles não exerciam a função de gerentes de projetos, mas sim atendiam em unidades básicas de saúde.

A candidatura de Gabrielle Lins ao cargo de conselheira do CRM-AM tem gerado questionamentos e críticas por parte de alguns médicos e da sociedade civil.

A jovem médica, que se formou em maio de 2020 na universidade do pai, tem pouca experiência profissional e está envolvida em um processo judicial por ter recebido a vacina contra a Covid-19 de forma irregular, em janeiro de 2021.

Para muitos, essa situação representa um impedimento moral para que Gabrielle Lins possa representar os médicos do Amazonas no conselho de medicina, que tem como função fiscalizar e orientar o exercício ético da profissão.

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