Manaus/AM – Olhos marejados e um sorriso que não disfarçava a felicidade de poder voltar para casa três meses após um parto prematuro e a incerteza se a bebê à qual deu a luz sobreviveria. Assim a copeira Idê Lima Martins, de 41 anos, deixou no começo da tarde desta quarta-feira, 28/3, a Maternidade Municipal Dr. Moura Tapajóz, na avenida Brasil. Com a filha Ieda Valentina nos braços, acompanhada pelo marido, o gari Claudecy Trindade, Idê falou da sensação de alívio por poder voltar à rotina junto à família, na Comunidade Campos Sales.

“É um sentimento de alívio por tudo ter dado certo. Eu só tenho a agradecer a Deus e a essa equipe maravilhosa da Moura Tapajóz que me atendeu desde que eu cheguei aqui e se dedicou, cuidando da minha filha que hoje pode ir pra casa comigo”, relatou, emocionada, a mãe da ainda bem pequena Ieda Valentina.

A alta representa uma vitória para a equipe médica e para a família da menina, já que 80% das crianças que nascem com menos de 500 gramas não sobrevivem. A ainda bem pequena Valentina nasceu no dia 29 de dezembro do ano passado, pesando 445 gramas e medindo 29 centímetros – “menor do que uma régua”, como gosta de enfatizar a diretora em exercício da MMT, enfermeira Núbia Pereira Cruz. Hoje, ao deixar a maternidade, Valentina já havia alcançado o peso de 1,785 Kg e 37 centímetros.

História

Com um quadro de Doença Hipertensiva Específica da Gravidez, a mãe de Valentina, foi internada na Maternidade Moura Tapajóz dez dias antes do parto. “A mãe precisou ficar internada por causa da hipertensão arterial. Depois de avaliação médica, houve a recomendação por uma cesárea considerando os riscos para a mãe e para o feto”, lembrou a coordenadora da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neo Natal da Maternidade Moura Tapajóz, médica neonatologista Paula Célia Dias Menezes.

O processo de internação foi longo, mas, mesmo com a prematuridade extrema e o extremo baixo peso, considerando os parâmetros médicos estabelecidos, o quadro de saúde de Valentina evoluiu bem.

Para a mãe de Valentina, a alta da filha representa uma grande vitória depois dos problemas enfrentados. Explicando que já sofria com hipertensão arterial mesmo antes da gravidez, Ide Martins ficou internada os 90 dias com a filha, podendo, assim, acompanhar e fornecer a alimentação por meio da coleta no Banco de Leite da Maternidade.

Depois do nascimento, Ide só pôde ver a filha depois de três dias. “Quando vi a neném chorei muito e lembro que falei com a minha irmã que não tinha esperanças. Só Deus poderia ajudar e Ele mostrou mesmo que realmente existe ajudando a Valentina”, revelou Ide.

Artigo anteriorHomem é preso após fazer família refém durante assalto na Zona Norte de Manaus
Próximo artigoIncêndio após rebelião deixa ao menos 68 mortos em prisão da Venezuela