Brasil – Mandachuvas de partido do Centrão viram um vídeo enviado por Jair Bolsonaro, nesta segunda-feira, como um recado de que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), estaria em baixa na disputa pela Presidência em 2026.

A gravação enviada pelo ex-presidente para sua lista de transmissão traz um trecho do programa Pânico em que o apresentador Emílio Surita diz: “Só tem um cara que pode ganhar do Lula, chama Jair Bolsonaro”.

Outro participante do programa pergunta: “E o Tarcisão?” Emílio responde: “Pode escrever o que eu tô falando”. O interlocutor responde que Tarcísio tem “alinhamento com Bolsonaro”. Emílio concorda, mas acrescenta: “só tem esse”, enfatizando que só o ex-presidente derrotaria Lula. Posteriormente, as expressões “sapatênis” e “direita limpinha” são usadas para fazer referência à uma disputa sem Bolsonaro.

O vídeo reforçou a percepção de lideranças do Centrão de que Bolsonaro não pretende, ao menos hoje, escolher Tarcísio de Freitas como o nome para representá-lo na eleição pelo Palácio do Planalto em 2026, já que ele está inelegível. A leitura desse grupo é que o governador não faz os gestos que o ex-presidente busca e que o próprio Bolsonaro ainda mantém certa desconfiança sobre Tarcísio.

Auxiliares do ex-presidente, no entanto, avaliam que a gravação encaminhada por Bolsonaro à sua lista de transmissão teria outro destinatário: o ex-presidente Michel Temer. Segundo aliados do capitão reformado, ele tem se incomodado com a atuação de Temer para construir um movimento junto a governadores presidenciáveis que seja uma alternativa a Lula e Bolsonaro.

No domingo, o advogado e ex-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, reagiu a esse movimento na rede social X.

“Se continuarem nessa palhaçada de ‘Direita sem Bolsonaro’ eu vou manobrar dia e noite por uma chapa PURA. Tem muitos mandatados batendo palmas. Eleição é voto e o bolsonarismo é usina geradora deles. Vamos ver quem os tem”, escreveu Wajngarten.

Em uma série de agendas em Nova York, Tarcísio de Freitas também disse, publicamente, que “não existe direita sem Bolsonaro”.

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