Brasil – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concluiu que não há elementos concretos que indiquem, efetivamente, que Jair Bolsonaro (PL) pretendia obter asilo diplomático ao passar duas noites na Embaixada da Hungria. Disse ainda que não vê tentativa de Bolsonaro em se evadir do país e, consequentemente, prejudicar a investigação criminal na qual o ex-presidente é alvo.

Bolsonaro teve o passaporte apreendido em operação da Polícia Federal que investiga uma tentativa de organização de um golpe de Estado por parte de pessoas ao redor de Bolsonaro e possivelmente do próprio ex-presidente. Dentro dessas investigações o passaporte de Bolsonaro foi apreendido.

O jornal The New York Times teve acesso a vídeos do sistema de segurança da representação diplomática no Brasil, nas quais Bolsonaro aparece no local em 12 de fevereiro, segunda-feira de Carnaval. Devido à proximidade da operação, foi levantada a possibilidade de que o ex-presidente poderia ter tentado asilo diplomático.

Uma investigação foi iniciada e, após a defesa de pronunciar e a Procuradoria-Geral da República (PGR) dar seu parecer, Moraes ressaltou: “Os locais das missões diplomáticas, embora tenham proteção especial, nos termos do art. 22 da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, não são considerados extensão de território estrangeiro, razão pela qual não se vislumbra, neste caso, qualquer violação a medida cautelar de proibição de se ausentar do país”.

Assim, Moraes considerou que a “situação fática permanece inalterada, não havendo necessidade de alteração nas medidas cautelares já determinadas”. Ou seja, o ministro manteve as cautelares de Bolsonaro que o proíbem de encontrar com outros investigados, como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e mantém o passaporte do ex-presidente apreendido.

PGR

A conclusão de Moraes segue entendimento da Procuradoria-Geral da República (PGR), que não viu motivos, no momento, para que Jair Bolsonaro (PL) seja preso ou sofra sanções mais graves por ter passado duas noites na Embaixada da Hungria.

Em manifestação encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-Geral da República, Paulo Gonet, analisou que não restou configurada a tentativa do ex-presidente em pedir asilo político na representação diplomática, após apreensão de seu passaporte.

No documento ainda sigiloso, Gonet analisou que “a estada pelo próprio relatado não caracteriza infringir nenhuma das medidas de cautela a que está sujeito”, disse.

A Polícia Federal investiga a estadia e visitas recebidas por Jair Bolsonaro no período em que o ex-presidente brasileiro se hospedou na Embaixada da Hungria em Brasília, em fevereiro.

Imagens

Imagens publicadas pelo jornal americano mostram que o ex-presidente passou dois dias na embaixada húngara na capital, entre os dias 12 e 14 de fevereiro. O país europeu tem como primeiro-ministro Viktor Orbán, representante da extrema-direita e um dos poucos líderes aliados de Bolsonaro no exterior.

Em 8 de fevereiro, por ordem de Alexandre de Moraes, o passaporte de Bolsonaro foi entregue à PF na Operação Tempus Veritatis. No prédio da representação da Hungria no Brasil, Bolsonaro não poderia, por exemplo, ser preso. Agora, a PGR se manifesta, a pedido de Moraes que não houve pedido de asilo.

Fonte: Metrópoles

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