Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) realiza reunião deliberativa com 8 itens. Entre eles, o PL 334/2023, que prorroga por quatro anos a desoneração na folha de pagamentos. Em pronunciamento, à bancada, senador Sergio Moro (União-PR). Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Brasil – Após ter sido absolvido pelo Superior Tribunal Eleitoral (TSE), o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) afirmou nesta quarta-feira (22) que não tem planos para disputar o Palácio do Planalto em 2026 e que apoiará um projeto para derrotar o PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em entrevista à imprensa um dia após o resultado de seu julgamento na Justiça Eleitoral, o parlamentar declarou que seu foco é o Senado e que vai continuar na oposição ao governo Lula.

– Sempre fui e sempre serei oposição ao governo Lula. Em 2026, estarei defendendo um projeto para derrotar o PT. Temos um plano no União Brasil com o governador Ronaldo Caiado. Meu plano em 2026 é apoiar um candidato – disse ele.

Na noite de terça (21), por unanimidade, o TSE rejeitou recursos do PT e do PL que pediam a cassação do senador, o que o livrou de oito anos de inelegibilidade. A Corte concluiu que não houve abuso nos gastos da pré-campanha de 2022 e não ficou comprovado que Moro usou a pré-candidatura ao Planalto para ter mais visibilidade na disputa pelo Senado.

BOLSONARO

Para Moro, o TSE fez um “julgamento técnico” e rejeitou acusações “falsas e mentirosas”. O senador disse ainda que não tem mantido contato com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas que fez um agradecimento ao ex-chefe do Executivo pela tentativa de desmobilizar recursos do PL no processo na Justiça Eleitoral.

– O presidente Bolsonaro e, diga-se, a bancada dos senadores do PL pediram que não fosse interposto nenhum recurso ou que houvesse desistência [da ação contra ele]. Infelizmente, lideranças locais, mais especificamente [os deputados] Paulo Martins e Fernando Giacobo, não acolheram o pedido do presidente Bolsonaro – frisou o parlamentar.

Moro declarou também que “boatos” sobre uma eventual cassação foram “exagerados” e relembrou o período em que atuou como juiz da Operação Lava Jato, destacando que, “durante quatro anos, a lei foi aplicada no país, mesmo frente a pessoas poderosas”.

– Diziam que era impossível combater no Brasil a grande corrupção e acabar com a impunidade. E nós fizemos a Lava Jato, produto, sim, das instituições brasileiras, mas em relação ao qual eu tive uma participação relevante – ressaltou.

MINISTÉRIO

Na sequência, Moro recordou sua passagem pelo Ministério da Justiça do governo Bolsonaro e atribuiu a queda no número de assassinatos à sua gestão.

– Falavam que, se nós isolássemos as lideranças do crime organizado, iriam fazer com que o País ficasse de pernas para o ar. Pois bem, nós fizemos, isolamos as lideranças do PCC [Primeiro Comando da Capital] em presídios federais de segurança máxima, acabamos com a comunicação deles com o mundo externo não monitorado – disse.

O senador também citou a sua vitória como senador, nas eleições de 2022, e relatou que havia sido aconselhado a disputar o pleito no Paraná para deputado federal.

– Muita gente dizia que era impossível ser eleito naquele cenário de polarização entre Lula e Bolsonaro como candidato independente, mas fui lá e ganhamos a eleição (…). O julgamento [na Justiça Eleitoral] se insere nesse cenário. Muitos afirmavam que era impossível a preservação do meu mandato, que eram favas contadas – apontou.

Questionado sobre os recentes embates entre o Legislativo e o Judiciário, o senador defendeu o fim do que chamou de “espírito de revanchismo” e “polarização exacerbada”.

Fonte: Metrópoles

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