Mundo – Akira Toriyama era uma lenda viva dos animes e dos mangás. O japonês é o responsável por dar vida a Goku, protagonista da saga Dragon Ball, que surgiu em outubro de 1983 no formato mangá. Foi um sucesso logo de cara e já em 1984 o anime chegou à TV. Depois disso, ganhou o mundo.

O desenhista e roteirista, um dos mais famosos da indústria, morreu, aos 68 anos, no dia 1 de março, mas sua partida só foi divulgada nesta sexta-feira (8) na conta oficial de Dragon Ball no X. Ele morreu em decorrência de um hematoma cerebral.

O trabalho de Toriyama no universo dos quadrinhos japoneses surgiu com outra obra, Dr. Slump. O mangá lançado em 1980 na famosa revista Shonen Jump, surgiu após o então jovem Akira largar seu emprego numa agência de publicidade e resolver se arriscar no mundo dos mangás. Ele desenhava desde criança e precisava de um emprego. Assim, entrou num concurso da publicação citada acima e conseguiu se dar bem. Sua história foi muito bem recebida.

Assim, aos 25 anos, Toriyama experimentava o sucesso pela primeira vez. Em 1981, Dr. Slump virou anime com 243 episódios, longas animados e videogame.

Com o hit Dr. Slump indo bem, o editor Kazuhiko Torishima, sabendo que Akira era fã de filmes de kung fu, sugeriu que ele criasse algo usando esta arte marcial. Surgiu Dragon Boy, que rapidamente se transformou em Dragon Ball. Foi uma história curta publicada em 1983 sob o nome de Dragon Boy mesmo. Os leitores adoraram e em 1984 nascia a série, já sob o nome famoso.

O resto, como se diz, é história. O mangá se tornou extremamente popular, vendia milhões de exemplares todas as semanas, se transformou em anime, videogame, bonecos, ganhou longas-metragens, filme com atores reais em Hollywood. A animação se espalhou pelo mundo, outras séries foram criadas, inclusive sem a presença de Toriyama e assim foi. Goku e sua turma se transformaram numa marca fortíssima ao redor do planeta.

NO BRASIL

Como está escrito aí no perfil ao lado desta coluna, fui editor da revista Herói durante muitos anos. E Dragon Ball era algo que a gente sempre escrevia sobre. Quem acompanhou a revista sabe que o assunto principal lá no início era outro anime, Cavaleiros do Zodíaco, uma verdadeira febre. Mas, desde muito cedo a gente queria saber qual poderia ser a próxima onda e sempre quem aparecia em destaque era o anime de Goku. Assim, desde sempre a Herói tratava de Dragon Ball com alguma frequência, mesmo com o anime e mangá sendo inéditos no Brasil àquela altura. Os leitores sempre queriam saber mais.

Cavaleiros do Zodíaco estreou por aqui em 1994 e seu sucesso deixou claro que a molecada adorava animes. Os canais de TV passaram a trazer outras séries animadas japonesas e em 1996 foi a vez de Goku chegar por aqui. Foi um sucesso também. Talvez não com as mesmas proporções de Cavaleiros, mas ainda sim um hit. A Conrad, editora da Herói, aproveitou e trouxe o mangá de Dragon Ball — o de Cavaleiros também, assim como Dr. Slump — para as nossas bancas. Vendia superbem.

E foi simplesmente sensacional poder tratar da obra de Akira Toriyama por aqui, fosse na Herói ou publicando os mangás. Nunca fui muito fã dos Cavaleiros do Zodíaco, mas com Dragon Ball a coisa era diferente. A criação de Akira tinha humor, umas safadezas, brincadeiras, piadinhas que a diferenciavam muito do outro anime. E muita ação também, claro. Aliás, Dragon Ball fazia muito mais sucesso que Cavaleiros tanto no Japão quanto no resto do mundo. No Brasil a história era outra, mas não havia dúvidas para mim — e para vários outros colegas de trabalho — sobre qual era melhor. E era só juntar Dr. Slump e Dragon Ball para notar que Toriyama era mesmo um sujeito sensacional e fora da curva.

Meio recluso, Akira nunca veio ao Brasil. Houve várias tentativas de trazê-lo ao país, todas fracassaram. Mesmo assim, a admiração dos fãs por Toriyama jamais diminuiu. Ele influenciou muita gente e deixa um legado eterno para os mangás e animes.

Jamais será esquecido.

Fonte: R7

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