Mundo – David Lynch, diretor de filmes cultuados como “O homem elefante” (1980), “Veludo azul” (1986), “Cidade dos Sonhos” (2001) e “Twin Peaks” (1992), morreu aos 78 anos. Apesar da causa da morte não ter sido divulgada, o próprio cineasta revelou, em 2024, que foi diagnosticado com enfisema pulmonar (condição que afeta os pulmões, comprometendo a capacidade respiratória) após fumar boa parte da vida.

“Uma parte muito importante da minha vida era fumar. Eu amava o cheiro do tabaco, o gosto do tabaco. Eu amava acender cigarros”, disse Lynch, que estava há três anos sem fumar. A informação sobre a morte do diretor foi dada pela revista Variety.

David Lynch nasceu no dia 20 de janeiro de 1946. Seu pai era um pesquisador científico do Departamento de Agricultura. Ainda na infância se mudou com a família para Alexandria, Virginia, onde cursou o colegial. Ele foi casado quatro vezes, a última com a atriz Emily Stofle. Ele deixa duas filhas e dois filhos.

O legado de David Lynch

Com estilo cinematográfico próprio, com elementos surrealistas e do cinema de gênero, Lynch nasceu de uma família de classe média em Missoula, no estado de Montana, nos Estados Unidos. Nos anos 1960, se mudou para a Filadélfia para estudar pintura na Academia de Belas Artes da Pensilvânia.

Atuou como pintor enquanto começava a explorar o interesse pela sétima arte nos primeiros curtas-metragens. O primeiro longa veio em 1977, já em grande estilo: “Eraserhead”. O filme terror com elementos de comédia de humor negro se tornou um clássico das sessões de meia-noite nos Estados Unidos.

O estilo incomparável logo chamou a atenção de Hollywood e Lynch acabou contratado por Mel Brooks para dirigir o clássico “O homem elefante” (1980). Estrelado por Anthony Hopkins, John Hurt e Anne Bancroft, o longa recebeu oito indicações ao Oscar, incluindo melhor direção e melhor roteiro para Lynch.

Em 1984, Lynch não obteve sucesso em sua adaptação de “Duna”, de Frank Herbert. Embora seja cultuado entre os fãs do realizador, o filme orçado em US$ 40 milhões foi um fracasso de bilheteria.

Os trabalhos seguintes, no entanto, voltaram a colocar o diretor dentre os nomes mais respeitados da indústria. Com “Veludo azul” (1986), ele voltou a concorrer ao Oscar após brilhas em história estrelada por Isabella Rossellini, Kyle MacLachlan e Dennis Hopper. Já com “Coração selvagem” (1990), com Nicolas Cage, Laura Dern e Willem Dafoe, conquistou a Palma de Ouro do Festival de Cannes.

No mesmo ano em que lançou “Coração selvagem” nos cinemas, Lynch revolucionou a televisão americana ao criar “Twin Peaks” em parceria com o roteirista Mark Frost. A trama acompanha um agente do FBI, vivido por Kyle MacLachlan, que precisa solucionar o assassinato de uma jovem estudante na pequena cidade de Twin Peaks. A série teve três temporadas, a terceira lançada 25 anos após a segunda.

Voltou a ser indicado ao Oscar e premiado em Cannes (como melhor diretor) com “Cidade dos sonhos” (2001), eleito pela BBC como o melhor filme do século XXI.

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