AMAZONAS – Passados mais de um ano da morte do ativista da causa animal Mauro Animalesco e seu sócio, Isaac Ramos, o crime segue indecifrado pelas autoridades policiais. Hoje, o processo que investiga causa e mandantes do assassinato corre em sigilo de Justiça, apesar do grande interesse público em torno do caso.

Mauro e Isaac foram assassinados em 10 de dezembro de 2021, dentro de uma clínica veterinária localizada no conjunto Mundo Novo, bairro Cidade Nova, zona norte de Manaus, em um crime com características de execução.

Motivação política?

Logo que a situação veio a público, se levantou a hipótese de motivação política, uma vez que o nome de Mauro vinha crescendo junto à população como forte candidato às eleições de 2022. Ele já havia concorrido ao cargo de vereador em 2020 e recebido um significativo número de votos nas urnas.

Nos bastidores, políticos que levantam a bandeira da causa animal se sentiam ameaçados pela crescente popularidade de Mauro.

Pouco tempo após a morte de Mauro, um outro defensor da causa animal também foi vítima de fake news e difamação na internet. Relembre clicando aqui!

Ativista temia mulher poderosa

Um amigo do ativista concedeu entrevista sobre o caso ao Portal, mas pediu para não ser identificado. De acordo com ele, Mauro chegou a confessar que temia represálias e pela própria vida por ter decidido entrar na política.

Segundo a fonte, o ativista foi procurado por “uma mulher muito ambiciosa, disposta a tudo pelo poder”. A mulher teria se aproximado de Mauro e inicialmente se mostrado “amiga”, em troca, queria o apoio do ativista na disputa eleitoral. Mauro negou o apoio pois ele mesmo sairia candidato a uma cadeira na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).

“Ele tinha muito medo dela, porque sabia do que ela era capaz. Uma amiga dele já tinha sofrido muito por causa dessa tal mulher, porque levou um golpe na época que ela era advogada”, relata a fonte.

“Essa mulher é política e se aproximou do Mauro quando percebeu o destaque que ele tava conseguindo. Queria que ele fosse cabo eleitoral dela, só que ele recusou, disse que ele seria candidato também, então eles romperam”, prossegue.

O amigo finaliza dizendo acreditar que a morte de Mauro pode ter sido um “descarte de peça”. “Eu acredito que o crime foi encomendado por conta disso. Do jeito que ele falava, essa mulher eliminaria qualquer um que ameaçasse o projeto dela, e o Mauro era justamente essa ameaça”, conclui.

Campanha de difamação

Para tirar o foco dessa possível motivação política, diversos portais e sites de notícia do Amazonas – todos patrocinados por políticos -, iniciaram uma campanha de difamação contra a irmã de Mauro Animalesco, apontando de forma falsa que Maria Margareth Gomes de Souza (conhecida como Mag Animalesco) seria a mandante do crime.

Mag chegou a se manifestar contra as acusações em vídeo. “Sem provas! Não tem provas! Esse site está mentindo, isso é calúnia!”. Assista:

A polícia nunca constatou a suspeita. Em nota, a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) afirmou que “não procede a informação de que a irmã de uma das vítimas seria mandante ou autora do crime”.

Caso segue sem solução

A morte de Mauro Animalesco e Isaac Ramos segue impune passado mais de um ano do crime. Até hoje ninguém foi preso. O processo corre em sigilo de justiça, mesmo sendo de interesse público.

Uma série de perguntas seguem sem resposta: Quais interesses estão por trás da morte de Mauro Animalesco? Quem mandou matar o defensor da causa animal? Quando a morte de Mauro receberá Justiça?

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