
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou cinco membros da mesma família, responsáveis pela 123 Milhas, por crimes contra as relações de consumo, falimentares e lavagem de dinheiro. Segundo as investigações, o grupo continuou operando o negócio mesmo ciente de sua inviabilidade, priorizando pagamentos a amigos e parentes enquanto deixavam de cumprir compromissos com os clientes.
A denúncia, apresentada no início do mês e detalhada à imprensa nesta quinta-feira (12/12), revela que os denunciados sabiam da insustentabilidade da empresa desde meados de 2022. Apesar disso, prolongaram as operações por mais de um ano, cancelando viagens de milhares de clientes antes de entrar em recuperação judicial.
Má gestão ou crimes deliberados?
“Foi má gestão ou crimes que enriqueceram os envolvidos enquanto causavam prejuízos bilionários?”, questionou o promotor de Justiça William Coelho. A investigação concluiu que houve prática criminosa.
De acordo com o promotor Rodrigo Storino, em novembro de 2022 já estava evidente a inviabilidade tanto da linha Promo quanto do próprio negócio. “Eles deveriam ter pedido falência ou recuperação judicial, mas seguiram vendendo produtos inadequados. Nesse período, desfizeram-se de bens, blindaram patrimônios, priorizaram pagamentos seletivos e lavaram dinheiro. Além disso, buscaram manter o negócio ao adquirir a Maxmilhas.”
A denúncia ressalta que os acusados agiram deliberadamente para proteger seu patrimônio pessoal enquanto clientes e credores enfrentavam os prejuízos. O caso segue sob análise da Justiça.


