Brasil – Cerca de três meses antes ser assassinada a tiros em Alfredo Chaves, no Espírito Santo, a enfermeira Íris Rocha, de 30 anos, fez um boletim de ocorrência no qual relatou ter sido agredida pelo então namorado, Cleilton Santana dos Santos, de 27 anos. Na ocasião, a profissional de saúde também pediu uma medida protetiva contra ele. Íris estava grávida de oito meses quando foi morta.

Cleilton, que é considerado o principal suspeito de ter matado Íris, foi preso nesta quinta-feira (18), em uma ação conduzida pela Polícia Civil. Agentes já tinham realizado buscas na casa dele também nesta quinta. Segundo a polícia, o carro de Cleilton foi guinchado e vai passar por uma perícia. A investigação quer saber se o veículo dele foi utilizado para levar Íris até Alfredo Chaves.

No boletim de ocorrência contra o então namorado, registrado por Íris no dia 5 de outubro do ano passado, a enfermeira dizia ter sido agredida por Cleilton, com quem estava junto havia cinco meses. À polícia, ela disse que ambos estavam conversando quando ele teria dado um golpe chamado “mata-leão”, o que fez com que ela desmaiasse. Ao recuperar os sentidos, ela estava tossindo e com o nariz sangrando.

De acordo com a delegada Maria da Glória Pessotti, o casal tinha um relacionamento abusivo e Cleilton monitorava a enfermeira de diversas formas.

– Ele controlava toda a vida dela, de passar horas durante o dia no local de trabalho dela. O telefone dela ficava com ele. Ele que monitorava, que respondia as mensagens que ela recebia – relatou.

No mesmo dia do registro feito por Íris, Cleilton também fez um boletim contra a enfermeira. Em sua versão, ele declarou que teve um relacionamento de seis meses com a profissional de saúde e que o término ocorreu por causa do comportamento da vítima. No relato, ele ainda afirmou que a denúncia de Íris era caluniosa.

SOBRE O CASO

Grávida de oito meses, Íris foi assassinada a tiros e teve o corpo abandonado às margens de uma estrada rural do município de Alfredo Chaves, no Espírito Santo. O corpo dela foi achado no dia 11 de janeiro, mas só foi reconhecido pela família na última segunda (15).

A Polícia Militar informou que o corpo foi encontrado coberto com cal em uma estrada. De acordo com a perícia da Polícia Civil, Íris foi atingida por pelo menos dois disparos na região do tórax. No local do crime, também foram encontrados cinco cápsulas de bala.

A PM informou ainda que, por volta das 11h40 do último dia 11, policiais foram acionados para verificar a informação de que um corpo havia sido encontrado na localidade de Iracema, em Alfredo Chaves. Os agentes foram ao local e, após realizarem buscas, localizaram o corpo de uma mulher às margens da estrada por volta das 14h.

Íris, que estava grávida de uma menina, já tinha outro filho de 8 anos. A enfermeira morava em Jacaraípe, na Serra, Grande Vitória. Atualmente, ela fazia mestrado na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). A instituição se pronunciou sobre a morte da aluna.

– Ela parte deixando-nos muitas lições de coragem e resistência, mas também um sorriso permanente a qualquer um que a encontrasse. Que a família e amigos tenham consolo e serenidade para atravessar esta tempestade – disse a Ufes, em nota.

A enfermeira foi sepultada com a bebê de oito meses no ventre na manhã da última terça (16). Segundo a família, a bebê chegou a passar por autópsia e foi recolocada no ventre da mãe, para ser sepultada junto dela.

BUSQUE AJUDA

Caso você seja vítima ou testemunha de violência contra a mulher, denuncie. Ligue para 190 para acionar emergência policial ou 180 para contatar a Central de Atendimento à Mulher. O Disque 100 também está disponível, atendendo casos de violação aos direitos humanos.

Fonte: Pleno News

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