BRASIL – Em culto de aniversário da pastora Elizete Malafaia, na noite de quinta-feira (20/10), a primeira-dama Michelle Bolsonaro discursou para uma plateia feminina de evangélicas e pediu às eleitoras que fiquem de olho nela, e não em seu marido, o presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Não olhe para o meu marido, olhe para mim, olhe para mim, que sou uma serva do Senhor. Que dobro os meus joelhos e tenho entendimento do mundo espiritual. Ele é tão falho como eu e você, porque perfeito é só Jesus, e Jesus não agradou a todos”, disse Michelle na Assembleia de Deus Vitória em Cristo, liderada pelo pastor Silas Malafaia.

No evento, a primeira-dama do país reforçou a narrativa de que a campanha pela reeleição do esposo é uma “guerra espiritual” e “uma luta do bem contra o mal” e voltou a chamar o Partido dos Trabalhadores (PT) de “Partido das Trevas”.

“Não é fácil estar à frente de uma Presidência. Deus realmente escolhe aqueles que se escondem, né? E eu nos dois primeiros anos, fiz muita birra com Deus, porque eu falava: eu não queria estar aqui, Senhor. O meu marido, sim, ele trabalhou 28 anos no Congresso. Mas eu sempre fui uma dona de casa, porque eu escolhi ser dona de casa. A mulher pode estar onde ela quiser, mas eu escolhi cuidar das minhas filhas, não terceirizar a educação delas e escolhi cuidar do meu marido para que ele tivesse paz e serenidade para ir a Brasília toda semana”, disse a esposa do mandatário do país.

Michelle também afirmou que ficou deprimida após Bolsonaro tomar posse, em 2019, mas afirmou que não quis ser uma primeira-dama “de enfeite”.

“Quando eu chego em Brasília, veio a depressão, veio o medo, veio a angústia. Veio a depressão por chegar à Presidência e de ter orado ao Senhor, de ter falado para Ele que eu iria fazer a diferença, não queria ser uma primeira-dama de enfeite.”

Em seguida, Michelle disse ter passado dois anos “com muita dificuldade”, em meio à depressão, e teve “vontade até de morrer”. Ela disse ainda ter se visualizado dentro de um caixão, antes de ser despertada.

Ignorando a atuação das primeiras-damas que a antecederam, Michelle afirmou que, quando Bolsonaro se elegeu, ela não encontrou estrutura para trabalhar, “até porque a gente não teve nenhuma primeira-dama atuante”. No fim dos anos 1990 e início dos anos 2000, a esposa de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), a antropóloga Ruth Cardoso, engajou-se em programas sociais.

Citando as causas pelas quais atua, das pessoas com deficiência e das famílias com pessoas com doenças raras, ela ainda disse que a impressão que tinha era que “o Brasil foi descoberto em 1º de janeiro de 2019”.

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