Brasil – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou uma reunião, nesta terça-feira (9/1), com a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara; e demais ministros; a presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana; e o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, para debater as ações do governo voltadas para os povos Yanomami.

Em discurso no início da reunião, o petista defendeu que o governo não pode “perder uma guerra” para o garimpo ilegal e o desmatamento.

“A gente vai decidir tratar a questão de Roraima, questão indígena, dos Yanomami, como uma questão de Estado. A gente vai ter que fazer um esforço ainda maior, utilizar todo o poder que a máquina pública pode ter, porque não é possível que a gente possa perder uma guerra para garimpo ilegal, para madeireiro ilegal, para pessoas que estão fazendo coisas contra o que a lei determina”, declarou o presidente.

O chefe do Planalto frisou que a reunião desta terça é para definir o que o governo vai fazer para evitar que os indígenas brasileiros continuem sendo vítimas de massacres, do vandalismo e do garimpo. “Essas áreas estão preservadas e tem donos, que são os indígenas”.

Entre janeiro e novembro de 2023, 308 pessoas da etnia morreram na Terra Indígena, das quais, 52,5% são crianças de até 4 anos. A informação consta no relatório mais recente divulgado pela Secretaria de Saúde Indígena do Ministério da Saúde (Sesai).

Lula insatisfeito com trabalho junto a indígenas

Segundo apurou o Metrópoles, o encontro ocorre após uma reunião tensa, em 22 de dezembro, em que o petista cobrou da Funai e do Ministério dos Povos Indígenas planos de ação efetivos nas terras indígenas Yanomami. Lula teria ficado insatisfeito com o trabalho realizado ao longo do ano na região.

Em 21 de dezembro, a Justiça Federal em Roraima determinou uma audiência para a criação de um novo cronograma de ações contra o garimpo ilegal na Terra Indígena.

A decisão atende pedido do Ministério Público Federal (MPF), feito dias antes, diante da permanência de invasores no território, o que afeta a segurança, a saúde e a vida dos povos indígenas.

Participam da reunião, nesta terça-feira (9/1), os seguintes ministros e autoridades:

Geraldo Alckmin, vice-presidente da República
Rui Costa, ministro chefe da Casa Civil
Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública
José Mucio, ministro da Defesa
Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social
Nísia Trindade, ministra da Saúde
Esther Dweck, ministra da Gestão
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente
Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos
Sônia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas
Márcio Macedo, ministro da Secretaria-Geral
Alexandre Padilha, ministro da Secretaria de Relações Institucionais
Paulo Pimenta, ministro da Secom
Jorge Messias, Advogado-Geral da União
Almirante de Esquadra Renato Rodrigues de Aguiar Freire, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA)
Miriam Belchior, Secretária-Executiva da Casa Civil da PR
Andrei Rodrigues, Diretor-Geral da Polícia Federal
Joenia Wapichana, presidenta da Funai
Humberto Freire de Barros, diretor a Amazônia e Meio Ambiente da PF

Emergência na terra indígena

Há cerca de um ano, o Ministério da Saúde decretou estado de emergência nas terras da etnia indígena, em Roraima. A situação fez o presidente Lula e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, viajarem para Roraima em 21 de janeiro do ano passado.

Em razão da grave precarização das condições de vida dos povos Yanomamis, a população se viu no epicentro de uma crise sanitária. Além de a atividade de garimpo ilegal provocar assassinatos dos indígenas, nos últimos meses, foram registradas diversas mortes por desnutrição.

A exploração do garimpo ilegal também resultou na incidência de doenças infecciosas. A falta de assistência em saúde contribuiu para o quadro.

Ao longo do ano passado, o governo federal trabalhou na retirada de não indígenas dos territórios demarcados e conta com a mobilização de mais de 300 servidores de 14 órgãos diferentes, incluindo a Força Nacional e a Funai.

A operação do Executivo teve início em 2 de outubro, após duas decisões para desocupação das terras indígenas, uma expedida pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), e outra pela Justiça Federal.

Fonte: Metrópoles

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