A nova série da Netflix, Adolescência, explora os desafios enfrentados por um pai cujo filho é preso pelo assassinato de uma adolescente em Liverpool, na Inglaterra. Inspirada pelos assassinatos de Ava White e Elianne Andam, a produção adapta a história, fazendo mudanças significativas. No caso real, Elianne foi morta por um homem negro usuário de drogas, mas na série, o assassino é retratado como um adolescente branco, com um “perfil conservador”, de acordo com a descrição da própria produção.

Stephen Graham, um dos principais atores da série, afirmou em entrevista à Radio Times que o objetivo da produção é “provocar reflexão sobre a cultura incel e suas consequências na sociedade”. A série também pretende analisar a influência das redes sociais sobre os jovens e como essas plataformas podem expô-los a visões extremas. O termo “incel” se refere a indivíduos que se identificam como incapazes de encontrar um parceiro romântico ou sexual, apesar de desejarem ter.

Graham enfatizou que Adolescência busca examinar a responsabilidade coletiva sobre esses problemas sociais. “Há falhas no sistema escolar que precisam ser abordadas, especialmente com o aumento dessas tendências misóginas”, disse ele.

Embora o caso de Ava White não tenha envolvido membros da cultura incel, a jovem de 11 anos foi assassinada por um menino de 14 anos após pedir que ele apagasse um vídeo em que ela e os amigos consumiam álcool. O assassino foi condenado à prisão perpétua, com cumprimento mínimo de 13 anos.

Na versão adaptada para a Netflix, o assassinato é cometido por Jamie Miller, um adolescente branco de 13 anos, de classe média, que mata uma colega de classe após um comentário dela sobre suas fotos no Instagram.

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