As escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro trabalham com a possibilidade de realizar desfiles em julho de 2021. Em reunião, ontem, na sede da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), os integrantes das agremiações concordaram com a definição de uma data de acordo com a que já está sendo analisada para desfiles em São Paulo e em Salvador.

O presidente da Liesa, Jorge Castanheira, disse que a possibilidade de desfiles no meio do ano vem sendo discutida na liga há um tempo e as escolas se colocaram à disposição de fazer o espetáculo em julho, desde que tenha a vacina contra a Covid-19 e as condições para possam se preparar.

“Não podemos é deixar chegar maio e aí dizer que em junho ou julho vamos fazer o evento, por que aí não dará tempo. Estamos avisando claramente. São Paulo e Salvador também estão avaliando”, disse o presidente da liga à Agência Brasil.

Segundo Castanheira, São Paulo e Salvador já alteraram a previsão das datas e agora trabalham com o mês de julho. “As escolas do Rio decidiram ontem que, se for na primeira quinzena de julho, do dia 9 até o dia 12, teriam interesse também em fazer nos moldes que estamos propondo, para atender a cadeia cultural e socioeconômica do evento. Isso, aproveitando também o calendário de São Paulo. Neste ano, a data da Revolução Constitucionalista de 1932 – o feriado de 9 de julho – cai na sexta-feira.”

Castanheira afirmou que a intenção é fazer um calendário nacional, que seria seguido por outras cidades com intenção de promover festas. Para isso seria apresentado um projeto de lei na Câmara, por integrantes da bancada federal do Rio de Janeiro, com a proposta de calendário entre 9 e 12 de julho. “Fazer um projeto de lei com data única no Brasil todo, como feriado, para poder viabilizar o evento em todos os municípios.”

De acordo com o presidente, a Liesa precisa ainda ouvir a empresa de Turismo do município Riotur e a prefeitura, que agora depende de quem será eleito. Castanheira informou que o governo do estado mostrou interesse em apoiar o evento. Segundo ele, é preciso saber também qual é o interesse de emissoras de televisão na transmissão, que atualmente é feita pela TV Globo.

Castanheira disse que os fatos são muito dinâmicos, ao avaliar a situação provocada pela pandemia. Por isso, a Liesa tem realizado reuniões frequentes com as escolas, para fazer um planejamento. Mas ainda não é possível definir até quando podem aguardar o surgimento da vacina para começar a preparação dos desfiles.

“Imaginamos que nos próximos dias ou meses vai surgir uma visão do que pode acontecer. Estamos em reunião permanente e, na medida em que as coisas vão evoluindo, vamos vendo como serão os próximos passos. As escolas estão dispostas a fazer um esforço coletivo para poder atender às necessidades do calendário e das pessoas que dependem do espetáculo. Por isso, estamos trabalhando com antecedência”, afirmou.

O presidente da liga acrescentou que é preciso saber se o Sambódromo da Marquês de Sapucaí estará pronto para abrigar o evento. A previsão é a de fazer obras entre dezembro e abril para que o local ganhe o certificado definitivo de aprovação do Corpo de Bombeiros, com melhorias estruturais, incluindo a instalação de corrimão nas arquibancadas, de sistema de emergência para iluminação, de hidrantes e infraestrutura de combate a incêndio.

A discussão sobre a possibilidade dos desfiles em julho não se estende ainda às escolas da Série A. Segundo o presidente da Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Lierj), Wlallace Palhares, “a Lierj só irá se posicionar sobre qualquer decisão em relação ao próximo carnaval, após realização de plenária com todos os presidentes das escolas filiadas”.

A data, no entanto, para a reunião das agremiações ainda não está definida. A Lierj é a associação organizadora dos desfiles da Série A, que era conhecida como Grupo de Acesso, porque a escola campeã sobe para o Grupo Especial, chamado de elite do carnaval carioca.

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