Não existe um restaurante em Tóquio que sirva carne humana, nem há legislação no Japão que permita práticas canibais. Vários sites reproduziram esta informação falsa em suas edições na web. Uma das notas de vídeo registra mais de 1,5 milhões de visualizações no Facebook e foi compartilhada mais de 31,000 vezes em menos de 24 horas. As informações são do site FolhaMT.

De acordo com esta notícia falsa, o restaurante se chama Resu ototo no shokuryohin, que supostamente significa “irmão comestível”. Também se afirma que no Japão é legal comer carne humana desde 2014 e que as famílias de pessoas que decidem vender seu corpo para esse fim podem receber até 30.000 euros.

A informação não tem nenhuma fonte e é reproduzida de novo quase textualmente. A única fonte citada na maioria das publicações é um argentino que foi ao suposto restaurante e preferiu não revelar sua identidade. E nem sequer é novo: em julho de 2016 um site publicou o texto com o aviso legal que afirmava ser “um jornal satírico”. Além disso, algumas das mídias usam o que parece carne humana em fotos: estas imagens foram feitas na África do Sul em 2015, e faziam parte da promoção do videogame Resident Evil 6.

O site FolhaMT consultou com um representante da Embaixada do Japão no México, que não sabia que esta informação estava circulando na Internet e descreveu isso como “completamente absurdo”. Ele também negou que a legislação japonesa permita o canibalismo. Mais tarde, ele confirmou que os colaboradores da instituição rastrearam na mídia japonesa em busca de uma nota semelhante e não encontraram nenhuma.

O mesmo foi feito por um blogueiro japonês e professor, que também nega a informação em um vídeo postado em sua página do Japão com a Kira Sensei. Além de confirmar que, nas páginas japonesas, não há vestígios da existência desse restaurante, ele explica que o suposto nome do lugar não significa irmão comestível, mas “produtos alimentícios do irmão Res”.

Artigo anteriorApós o fim decretado do Pânico, Band demite três humoristas por telefone
Próximo artigoNavio da ilha de Tobago chega a Manaus com 1,5 mil turistas