Manaus – Um grupo de deputados que mudou a constituição do Estado em minutos no dia 3 para eleger Roberto Cidade presidente da Assembleia Legislativa (ALE-AM) a partir de 2021, prepara novo golpe, tão escandaloso quanto, para esta semana, a última antes do recesso parlamentar. No fim de semana, planejaram antecipar a eleição para escolha do futuro conselheiro do Tribunal de Contas (TCE). O agraciado será justamente o líder do grupo, o ainda presidente da ALE-AM, Josué Neto.

A vaga no cargo vitalício de conselheiro, que garante para o resto da vida um dos maiores salários do serviço público, é o pagamento exigido por Josué Neto pelo empenho dele na eleição de Roberto Cidade. E Josué, caso alcance o objetivo, substituirá o próprio pai, Josué Filho, que se aposenta do Tribunal em 2021 pela idade limite de 75 anos, imposta pela legislação vigente. Sai o pai, entra o filho, como uma dinastia que tenta tomar conta do TCE.

O que poucos sabem é que este será mais um ato da opereta, desafinada e desarrumada, que o grupo dos aloprados encena, sob a batuta de um mentor político ávido pelo poder, que apesar de ter sido rejeitado pelo eleitorado de Manaus nas últimas eleições, já não consegue mais viver longo do Governo. Esse político, que se reelegeu recentemente, para um longo mandato, tenta, colocando soldados no comando da Assembleia e em demais instituições de influência política estadual, voltar para o Palácio da Compensa.

O primeiro objetivo foi conseguido. A eleição do deputado Roberto Cidade, homem de confiança, filho do empresário Orlando Cidade, que já foi deputado estadual, e que nas gestões desse mentor político oculto, desfrutou de vantajosos contratos públicos. Então, deixar a presidência no controle da família Cidade, é ter a ALE em mãos até aqui confiáveis.

O segundo objetivo do voraz político, que não se importa com os métodos para alcançar o poder, está em curso. Com mesmo modus operandi, acionou um grupo de prefeitos para também ter, em rédias curtas, o comando da Associação Amazonense de Municípios (AAM). Na sexta-feira passada, dia 11, os prefeitos teleguiados se reuniram e elegeram o prefeito de Manaquiri, Jair Souto, do MDB. Como atropelaram o estatuto da Entidade, seguindo a mesma cartilha do mestre aplicada na Assembleia, a Justiça suspendeu a eleição.

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