Há quem diga que um bom clássico nunca perde a vez no coração de um público. O trio nordestino formado por Elba, Alceu e Geraldo confirmou a afirmativa durante o Passo a Paço na noite deste domingo (2), no Centro de Manaus. Com um repertório cheio de emoção e história, o trio voltou a se apresentar em Manaus com cerca de duas horas de show.

Tem artista que costuma deixar as músicas mais conhecidas e icônicas no fim do repertório do show. A estratégia parece não fazer sentido para “O Grande Encontro”, que sobe ao palco ao som de “Anunciação”, levando o público a ter uma pequena noção do que vem por aí.

O show segue em ordem histórica e apresentando a bagagem musical dos três artistas, ora juntos, ora separados. “Caravana” e “Me dá Um Beijo”, eternizadas por Alceu e Geraldo na década de 1970 também abrem o espetáculo, que já completou 20 anos no ano passado.

Não há opção. É um repertório de sucessos do início ao fim. As homenagens se fizeram presentes em vários momentos da apresentação. Luiz Gonzaga, o rei do baião, foi lembrado em canções como “Sabiá” e “Qui nem Jiló”. Gonzaguinha, Dominguinhos e o integrante da formação original d’O Grande Encontro, Zé Ramalho, tiveram canções no repertório do show.

O primeiro a fazer o “solo” é Geraldo Azevedo. O artista que parece dançar com o violão emociona o público com “Dia Branco” e “Dona da Minha Cabeça”, dois clássicos da sua carreira. Logo depois, generosamente convida Elba para um casamento perfeito entre compositor e intérprete.

“Eu tenho o maior orgulho em dizer que sou a cantora brasileira que mais gravou Geraldo Azevedo”, diz Elba.

O show é um grande livro de história da música nordestina no Brasil. Elba, sozinha, traz Zé Ramalho e tantas outras canções eternizadas na sua voz inconfundível. Relembrando a história de como nasceu “O Grande Encontro”, ela fala da parceria e da união de três cantores de carreiras consagradas para relembrar uma turnê histórica.

“Foi um momento especial. Três nordestinos no palco, cada um com a sua bagagem, especial demais!”

O solo final fica por conta de Alceu Valença, o pernambucano de personalidade cativante em cima do palco e que brindou o público manauara com “La Belle de Jour”, “Tropicana” e tantas outras canções que marcaram a sua carreira.

O trio volta ao palco mais forte do que nunca. Talvez duas horas seja, de fato, pouco pra lembrar tanta história e tanta música boa, popular e brasileira. O Norte do país celebrando o Nordeste e as raízes do xote e do forró. Mas foi com o frevo que o público foi a loucura.

“Banho de Cheiro” e “Frevo Mulher” encerram o espetáculo e estremeceram o porto de Manaus em um domingo cheio de sotaque nordestino.

Com informações do G1

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