Presidente Jair Bolsonaro participa da solenidade Política Nacional para Recuperação das Aprendizagens na Educação Básica e ao MECPlace - Ecossistema de Inovação e Soluções Digitais Educacionais, acompanhado pelo ministros Paulo Sérgio (Defesa), Victor Godoy (Educação), Michelle Bolsonaro, senador Fernando Collor. | Sérgio Lima/Poder360 20.jun.2022

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou sobre a inclusão de padres no inquérito que investiga uma suposta trama para um golpe de Estado. Em uma publicação nas redes sociais, ele criticou as acusações e comparou o Brasil à Nicarágua, governada pelo ditador Daniel Ortega.

“Estamos cada vez mais próximos da Nicarágua de Ortega. Segundo o site Metrópoles, três padres foram citados no fantasioso relatório final da PF divulgado ontem. O inquérito inclui até um frei e outras figuras religiosas por orações, atendimentos espirituais e conversas normais, transformadas em supostas evidências de uma ‘trama golpista’”, escreveu Bolsonaro no Instagram.

Ele também apontou semelhanças com o regime nicaraguense, afirmando que Ortega “justifica a perseguição a religiosos e opositores acusando-os de conspirar contra o governo”. Finalizou pedindo: “Que Deus tenha misericórdia do Brasil.”

Os padres mencionados no relatório são Genésio Lamounier Ramos e Paulo Ricardo. Apesar de não terem sido indiciados, suas atividades foram destacadas. Segundo a PF, Genésio esteve no Palácio da Alvorada em 12 de dezembro de 2022, onde realizou uma oração que, supostamente, incitou um golpe de Estado com apoio das Forças Armadas.

O padre Paulo Ricardo foi citado em um e-mail enviado pelo sacerdote José Eduardo – indiciado no inquérito – ao então assessor de Bolsonaro, Filipe Martins. No e-mail, José Eduardo mencionava a intenção de discutir iniciativas pró-vida com o ex-presidente.

José Eduardo é apontado como participante de uma reunião em 19 de novembro de 2022, que teria tido como objetivo planejar ações golpistas. Ao todo, 37 pessoas foram indiciadas no relatório da Polícia Federal, incluindo Bolsonaro, o general Walter Braga Netto e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

Com mais de 800 páginas, o relatório teve o sigilo retirado pelo ministro Alexandre de Moraes na terça-feira (26) e foi enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR). A PGR decidirá se apresentará denúncias contra os indiciados ao Supremo Tribunal Federal.

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