O deputado federal Alexandre Frota, do PSL, reclamou do preconceito que sofre por ter feito filmes pornôs em sua carreira de ator. Ele foi entrevistado por Luiz Megale no programa ’90 Minutos’, da Rádio Bandeirantes.
“Esquecem da carreira que tive antes. Foram 12 anos em diferentes emissoras de TV, fazendo novelas. Parece até que eu só fiz filmes pornôs na vida e pronto”, afirmou.
Frota contou ainda que precisou de posicionar “de uma maneira muito dura” quando chegou à Câmara dos Deputados, em Brasília, por causa desse preconceito.
“Tive que ter muita personalidade. Já tem, acredito eu, umas 18 sessões em que eu subi [na tribuna] para bater, criticar, apresentar e falar; tem deputado ali que está no terceiro mandato e nunca subiu ali, porque é preciso coragem e ter a verdade ao seu lado para isso.”
O deputado crê que, devido a esse posicionamento, hoje ele é respeitado até por parte da esquerda. “Estou em uma comissão de cultura com a Jandira Feghali (PCdoB – RJ), Maria do Rosário (PT-RS), Benedita da Silva (PT-RJ) e Paulo Teixeira (PT-SP) e convivo muito bem com eles. Abro diálogo com todo mundo. Com o Marcelo Freixo (Psol-RJ), por exemplo, tenho uma relação de convivência e respeito.”
Para Alexandre Frota, o clima polarizado na Câmara não pode estar acima das necessidades do País. “Tem pautas importantes que precisam andar, serem votadas; se ficarmos só na guerra, não andamos.”
O deputado também disse que apoia a redução do número de parlamentares no Congresso e o fim dos privilégios para a categoria. “Eu abri mão do carro e da aposentadoria especial”, afirmou.
Por fim, ele reclamou da ausência de colegas da Casa em sessões realizadas às segundas-feiras. “Tem segunda-feira que a sessão abre e tem só eu e mais três deputados”, pontuou. “Os deputados ficam chateados quando eu falo isso, mas todo brasileiro rala, trabalha de segunda-feira. Mas isso está estabelecido há anos, eu faço meu papel, vou lá e trabalho, e um único deputado só também não faz milagre ali dentro.”
Calote
Uma empresa está pedindo o bloqueio de salário do deputado federal Alexandre Frota (PSL-SP) por um calote em boate gay. Em 2006, a Agita Cultural, da empresária brasiliense Nice Pereira, organizou uma “Festa do Orgulho Gay em Brasília” e Frota, que atuava em filmes pornôs, seria a estrela do evento.
De acordo com o jornalista Guilherme Amado, da revista Época, o então ator assinou um contrato com cachê de R$ 2 mil, sendo que metade do valor foi pago após a assinatura e a outra metade antes da festa, além de diárias e passagens. O show teria uma hora e meia de duração, mas Frota não compareceu. A empresária, então, se irritou e foi à Justiça pedindo reparação de danos materiais e morais, mas só obteve sentença favorável para o primeiro pleito.
Desde então, corre um processo contra Frota no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) e o valor subiu de R$ 30 mil para R$ 80 mil, pois o atual deputado federal raramente era localizado, assim como seus bens, mesmo quando ele atuava em emissoras conhecidas, como Record e SBT. Quando se tornou parlamentar, os problemas aumentaram.
Em seu primeiro vencimento, Frota teve um “desconto judicial” de mais de R$ 10 mil referente a outra dívida, com o Banco Econômico. Por isso, a estratégia jurídica que Nice Pereira deve seguir, segundo a revista Época, é pedir ao TJDFT que bloqueie o restante do salário de Alexandre Frota, por volta de R$ 12 mil.
As informações são do Band Notícias e Isto É