Na manhã desta sexta-feira (31), a Polícia Civil do Amazonas realizou uma operação de busca e apreensão na clínica veterinária MaxVet, localizada no bairro Redenção, zona Centro-Oeste de Manaus. O estabelecimento é acusado de vender a substância ketamina sem prescrição, o que levou à morte de Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do Boi Garantido.
Conforme o inquérito policial, Djidja, seu irmão Ademar Cardoso, e sua mãe Cleusimar Cardoso compravam o anestésico veterinário para uso intravenoso. Frequentemente, a ketamina era entregue por motoristas de aplicativo.
Além da família Cardoso, funcionários do salão Belle Femme, do qual Djidja era sócia, também utilizavam a substância e incentivavam outros trabalhadores a fazerem o mesmo. Verônica Seixas, Claudiele dos Santos, e Marlisson Vasconcelos desenvolveram o hábito de usar ketamina devido à influência de seus patrões.
Todos faziam parte da seita “Pai, Mãe, Vida”, criada por Ademar, que se via como Jesus, sua mãe Cleusimar como Maria, e sua irmã Djidja como Maria Madalena.
Ademar, que utilizava ketamina intravenosa por cerca de três anos, baseava sua seita no livro ‘Cartas para Cristo’, interpretando-o de maneira distorcida. Ele acreditava que o uso de ketamina, combinado com drogas alucinógenas e meditação, levaria ao autoconhecimento e experiências espirituais, permitindo contato com os mortos e o universo cósmico.
A prática da seita resultou na morte de Djidja por overdose na última terça-feira (28), gerando grande repercussão nacional.
Todos os envolvidos já estavam sendo investigados após denúncias de outros funcionários do Belle Femme. Djidja, se estivesse viva, possivelmente estaria presa junto com Ademar, Cleusimar, Verônica, e Claudiele. Até o momento, Marlisson Vasconcelos está foragido.
Uma coletiva de imprensa sobre a operação, chamada de Mandrágora, está marcada para as 11h na Delegacia Geral do Amazonas, onde as autoridades fornecerão mais detalhes sobre o caso.
