A Oxgall, empresa familiar de José Oliveira, adquire cálculos biliares de frigoríficos e pequenos produtores em todo o Brasil. Esses cálculos, extraídos da vesícula do boi, são classificados e pagos entre R$ 30 e R$ 900, dependendo da qualidade. As pedras de melhor qualidade, com coloração amarelo-escura, podem alcançar preços de até US$ 200 por grama no mercado asiático.

A crescente demanda por esses cálculos biliares está ligada ao envelhecimento da população chinesa e ao aumento de doenças como hipertensão e obesidade, que ampliam o uso desses cálculos na medicina tradicional chinesa. A indústria, que movimenta cerca de US$ 60 bilhões anualmente, utiliza as pedras para a produção de medicamentos, como parte de sua tradição medicinal.

No Brasil, a extração de cálculos biliares não é ilegal, mas o comércio é predominantemente informal. Casos de contrabando sofisticado foram registrados, com criminosos escondendo as pedras em produtos diversos para evitar a fiscalização. No Uruguai, já ocorreram condenações por tráfico ilegal desse produto.

José Oliveira explicou que não há problemas com os frigoríficos, que operam com nota fiscal. No entanto, pequenos produtores enfrentam dificuldades devido à burocracia da Receita Federal, que impõe obrigações difíceis de serem cumpridas. Ele comentou que, por exemplo, uma vaca de leite idosa que quebra a perna acaba sendo descartada, mas sua família pode aproveitar as pedras da vesícula.

Embora não haja consenso sobre a formação dos cálculos biliares em apenas alguns animais, sabe-se que eles são mais comuns em raças leiteiras e animais mais velhos. A pecuária brasileira, com alimentação controlada e períodos de engorda mais curtos, tem visto uma redução na incidência dessas pedras.

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