
As arminhas que disparam bolinhas de gel se popularizaram entre crianças e adolescentes, com grupos organizando “batalhas” em ruas e bairros, semelhantes ao paintball. No entanto, o uso desses dispositivos tem gerado preocupações de saúde e segurança, levando cidades como Olinda e Paulista (PE) a proibirem sua comercialização após dezenas de ferimentos.
Lesões oculares em alta
Entre 30 de novembro e 27 de dezembro de 2024, a Fundação Altino Ventura (FAV) atendeu cerca de 90 pacientes com lesões nos olhos causadas por projéteis de gel. Os casos incluem arranhões na córnea, inflamações e até sangramentos. A Sociedade Brasileira de Oftalmologia alerta que as bolinhas, ao serem disparadas com força, podem perfurar o globo ocular e causar perda parcial ou total da visão.
Riscos à saúde pública
Além dos danos oculares, os disparos podem desencadear inflamações graves, como uveítes, e complicações como glaucoma, uma doença incurável que pode levar à cegueira. Para minimizar os riscos, especialistas recomendam o uso de óculos de proteção ao manusear os equipamentos.
Não são brinquedos
Embora vendidas em lojas de brinquedos, as arminhas de gel não possuem certificação do Inmetro como brinquedos. Elas funcionam por sistema de mola e bateria, lançando bolinhas de gel a até 30 metros, com preços entre R$ 80 e R$ 380. Segundo o Exército, não são consideradas armas ou réplicas, mas o Estatuto do Desarmamento proíbe a comercialização de itens que possam ser confundidos com armas de fogo.
Problemas de segurança pública
Autoridades alertam que as “batalhas” podem causar acidentes de trânsito, ferimentos e até confusões com arrastões. A semelhança com armas de fogo aumenta o risco de mal-entendidos e incidentes graves.
O que fazer em caso de acidentes
Em caso de lesão ocular:
- Lave o olho com água limpa ou soro fisiológico.
- Proteja o local com um pano limpo ou gaze.
- Procure imediatamente um médico, sem tentar remover objetos ou aplicar colírios.
Lesões leves podem ser tratadas com antibióticos e lubrificantes oculares. Casos graves, como descolamento de retina, podem exigir cirurgia.
A conscientização sobre os riscos e o uso responsável desses dispositivos são essenciais para prevenir acidentes e complicações graves.


