O senador Rogério Carvalho (PT-CE) afirmou que o Conselho de Controle de Atividades Financeira (Coaf) sob o comando do ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro é uma ‘Gestapo brasileira’, em referência à polícia secreta da Alemanha nazista. Carvalho, Alexandre Padilha (PT-SP) e Wellington Roberto (PR-PB) são os três parlamentares que querem tirar o órgão do ministério.

No mês passado, o presidente Jair Bolsonaro (PSL), relatou pressão para retirar o Coaf das mãos de Moro, ex-juiz da Lava Jato. Porém, segundo levantamento feito pela reportagem, ao menos metade dos 26 parlamentares que compõem a comissão especial do Congresso que trata da reorganização da Esplanada dos Ministérios defende manter o órgão na Justiça. Outros oito não quiseram declarar seus votos e dois não responderam.

Líder do governo no Senado e relator da medida provisória que reduziu o número de ministérios, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PR) afirmou que seu relatório manterá o Coaf com Moro. Ele apresentará o texto nesta terça-feira, 7. Para o senador, ainda é cedo dizer que o Planalto tem maioria. “É evidente que precisa haver um trabalho de convencimento e mobilização para o governo construir a maioria na votação dessa matéria”, disse.

O movimento que mais preocupa o governo é a aproximação do Centrão com a oposição liderada pelo PT na comissão. Há uma preocupação entre integrantes do bloco de que o “superministério” de Moro vire um campo para “caçar políticos”, como definiu um líder do Centrão. Oficialmente, PP e DEM ainda não se posicionaram.

O governo recebeu a sinalização de que, na comissão especial criada para analisar a medida provisória, a mudança do Coaf deverá ser colocada em votação separadamente.

Moro tem feito corpo a corpo com parlamentares para convencê-los da importância de manter o órgão onde está e, nesta terça-feira, o ministro se reúne com outros nove integrantes da comissão. O deputado Hildo Rocha (MDB-MA), que inicialmente havia dito estar indeciso, esteve com o ministro e foi convencido a votar com o governo. “Na forma como ele explicou, deu para compreender bem e acredito que ele ficará melhor no Ministério da Justiça”, disse Rocha.

(Com informações Estadão Conteúdo)

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