O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, foi indiciado pela Polícia Federal por suspeita de forçar um cartão amarelo durante partida contra o Santos, pelo Campeonato Brasileiro de 2023, com o objetivo de beneficiar apostadores. A informação foi publicada pelo jornal Metrópoles e confirmada pela ESPN.
Além do jogador, outras dez pessoas foram indiciadas, incluindo o irmão, Wander Nunes Pinto Júnior; a esposa dele, Ludymilla Araújo Lima; e Poliana Ester Nunes Cardoso, prima do atleta. Todos realizaram apostas relacionadas ao cartão recebido na partida.
Bruno Henrique e seu irmão foram indiciados por fraude e estelionato, crimes que preveem penas de dois a seis anos e de um a cinco anos de prisão, respectivamente.
A PF analisou 3.989 conversas no celular do jogador, mas grande parte delas estava vazia ou apagada. Já no aparelho de Wander, foram encontradas mensagens que indicam possível envolvimento no esquema. Uma conversa datada de 29 de agosto de 2023 mostra os dois combinando a aplicação do cartão para o jogo contra o Santos, realizado em 1º de novembro.
Trecho da conversa obtido pela PF:
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Wander: “Tio, você está com dois cartões no Brasileiro?”
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Bruno Henrique: “Sim”
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Wander: “Quando o pessoal mandar tomar o terceiro, liga nós hein kkkk”
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Bruno Henrique: “Contra o Santos”
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Wander: “Será que você aguenta até lá sem cartão? kkkkkk”
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Bruno Henrique: “Não vou reclamar. Só se eu entrar forte em alguém”
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Wander: “Boa. Já vou guardar o dinheiro, investimento com sucesso”
Segundo a investigação, Bruno Henrique ainda teria ligado para o irmão na véspera do jogo para confirmar que levaria o cartão. Wander apostou R$ 380,86 e obteve R$ 1.180,67 de retorno. Ludymilla apostou em duas plataformas, ganhando R$ 1.180,67 e R$ 1.425,00. Poliana fez aposta de mesmo valor e teve retorno igual ao de Wander.
O presidente do STJD, Luis Veríssimo, afirmou que solicitou oficialmente à PF o compartilhamento das informações do caso.
A assessoria de Bruno Henrique não se manifestou. Já o Flamengo divulgou nota oficial:
“O Flamengo não foi comunicado oficialmente por qualquer autoridade pública sobre os fatos noticiados envolvendo o atleta Bruno Henrique. O clube reafirma seu compromisso com o fair play esportivo, mas defende igualmente o princípio da presunção de inocência e o devido processo legal.”
