
Durante esta quarta-feira (19), a Procuradoria-Geral da República (PGR) decidiu arquivar a representação apresentada pelo vereador curitibano Guilherme Kilter (Novo), que pedia a investigação de um suposto crime de racismo atribuído ao presidente Lula (PT). O despacho foi emitido às vésperas do Dia da Consciência Negra.
Na decisão, o procurador Vítor Vieira Alves concluiu que as frases atribuídas ao presidente não apresentam indícios mínimos de prática criminosa. Segundo ele, as declarações comportam múltiplas interpretações e, dentro do contexto em que foram proferidas, “não indicam intenção criminosa de subjugar, ofender ou segregar”.
A PGR citou três episódios usados por Kilter como base da denúncia:
• Julho de 2023 – quando Lula agradeceu simbolicamente à África “por tudo o que foi produzido durante 350 anos de escravidão”, ao falar sobre a “dívida histórica”;
• Fevereiro de 2024 – quando afirmou a uma jovem negra que “afrodescendente gosta de um batuque de tambor”;
• Agosto de 2025 – quando mencionou ter reclamado de “uma cara sem dente e ainda negro” em uma propaganda internacional.
Segundo o vereador, essas falas teriam caráter discriminatório e justificariam abertura de investigação por manifestação preconceituosa.
Ao arquivar o caso, a PGR afirmou que não há justa causa para instaurar procedimento e determinou que Guilherme Kilter seja formalmente comunicado da decisão.


