Manaus – Começou a circular nas redes sociais nesta segunda-feira (04), o vídeo de uma Tenente identificada como Do Carmo desabafando sobre o enterro da mãe dela que faleceu de câncer, mas a prefeitura não acatou e fez o sepultamento da mulher como sendo Covid-19.

No vídeo, além da tenente denunciar a forma como a mãe foi enterrada ela também fala sobre o tamanho do caixão. “A minha mãe que tem 1 metro e 43 de altura, foi enterrada em um caixão de 1 metro e 70”, diz.

A mãe da tenente não teve nem o direito de vestir a roupa escolhida, pois foi apenas ensacada e posta dentro de uma urna funerária, sem direito a velório, sem direito a um último adeus, mesmo que confirmado que ela não tinha falecido de covid-19.

E mais uma vez a denúncia da ‘máfia dos caixões’ volta à tona. Por que uma senhora de 1 metro e 43 de altura foi enterrada em um caixão 1 metro 70? Após a denúncia, pelo segundo dia consecutivo o número de enterros em Manaus caiu para menos de 100.

Entenda a máfia dos caixões

O esquema é organizado dentro da Secretaria da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc) que é apontada como responsável em organizar o superfaturamento através da compra de novas urnas funerárias para abastecer o ‘SOS Funeral’. Para que novos caixões fossem comprados com valores exorbitantes urnas estariam sendo enterradas vazias nesse período de pandemia.

O esquema é antigo, desde 2017 na época em que o secretário da pasta era o Elias Emanuel. O vereador Dante também é acusado de participar do esquema. Áudios de 2018 de um empresário de funerária vazaram e ele conta que na época do Elias Emanuel tudo era mais fácil para seguir com o esquema.

 

Nota da Prefeitura de Manaus 

A Prefeitura de Manaus esclarece que o atestado de óbito é emitido pela unidade hospitalar e não cabe ao serviço funerário qualquer registro ou mudança no documento.

Sobreovídeo divulgado nas redes sociais nesta segunda-feira, 4/5, pela tenente Do Carmo, o município informa ainda que, conforme protocolo dos órgãos sanitários, mortes por síndromes respiratórias e causas desconhecidas ou indeterminadas seguem o mesmo procedimento para casos suspeitos de Covid-19, a fim de evitar o risco de contaminação, uma vez que já houve situação em que a confirmação da doença só veio após o sepultamento.

Vale destacar que o atendimento nos cemitérios públicos da capital se baseia na causa mortis registrada no atestado de óbito.

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