Brasil – Uma professora foi demitida da escola da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) em que trabalhava na cidade de Ribeirão das Neves, Minas Gerais, depois de pedir que seus alunos utilizassem bombril para representar cabelos crespos em uma atividade.

A mulher, que não teve a identidade revelada, foi acusada de racismo por causa do episódio, ocorrido no último Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro. Além da demissão, a prefeitura da cidade informou que está investigando o caso.

No exercício, a professora pedia que os alunos completassem o desenho de um homem negro. Para a parte do cabelo, ela requisitou que as crianças colassem a palha de aço.

“Hoje é Dia da Consciência Negra, 20 de novembro de 2021. Então, vocês vão fazer o seguinte: colocar em cima do cabelo um enfeite com o bombril, ok?”, pediu.

A lição gerou revolta nos pais, que protestaram por meio do WhatsApp. A professora, então, respondeu, garantindo que não houve nenhum traço de racismo em seu pedido.

“Não houve preconceito da minha parte. Nós temos que quebrar esse preconceito! Eu vi que há, sim, um preconceito em trabalhar com o bombril. Segunda parte: ali, eu vou estar trabalhando textura. Na minha sala, sempre houve respeito.”

Em nota, a Apae confirmou o desligamento da profissional e informou que “repudia qualquer forma de discriminação”.

Prefeitura se manifesta

O caso chegou à prefeitura da cidade, que explicou que a Apae é uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos e, por isso, tem método de ensino não definido pela Secretaria de Educação.

Em nota, afirmou, ainda, que possui vínculo “apenas de apoio à instituição, que presta serviços importantes para o desenvolvimento e acolhimento de pessoas com deficiência intelectual”. Mesmo assim, solicitou esclarecimentos.

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