Movimentos sociais ligados às frentes Povo sem Medo e Brasil Popular, o PT do presidente Lula e parlamentares como o deputado Guilherme Boulos (Psol-SP) conseguiram reunir cerca de 15 mil pessoas na Avenida Paulista, em São Paulo, na noite desta quinta-feira (10), segundo dados do Monitor do Debate Político no Meio Digital da USP.

Apesar da ampla mobilização nas redes sociais, com propagandas produzidas por inteligência artificial, o protesto “Congresso Inimigo do Povo” foi considerado um fracasso em termos de público. O ato buscava pressionar o Congresso a aprovar a reforma do Imposto de Renda e a redução da jornada de trabalho, mas reuniu um número modesto diante da expectativa gerada.

A manifestação ganhou força depois do anúncio das tarifas de 50% impostas por Donald Trump sobre produtos brasileiros, medida que gerou reação do presidente Lula e da esquerda. Cartazes na Paulista chamavam Trump de “inimigo do povo” e adotavam o slogan “respeita o Brasil”, que viralizou nas redes sociais.

Para comparação, protestos anteriores organizados por grupos de esquerda atraíram públicos menores: 6.600 em março de 2025 e 4.700 em novembro de 2024. Já manifestações de direita recentes chegaram a reunir até 44,9 mil pessoas em São Paulo, segundo o mesmo monitoramento.

A contagem da USP utiliza o software Point to Point Network, que analisa imagens aéreas feitas por drone para identificar e contabilizar participantes com precisão aproximada de 70%. No pico, às 19h30, o número estimado foi de 15.100 pessoas, com margem de erro de 12%. Isso indica um público entre 13.300 e 16.900 pessoas, insuficiente para o impacto esperado para o movimento.

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