
Os atos de invasão e depredação do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e da sede do Supremo Tribunal Federal, ocorridos no dia 8 de janeiro de 2023, mobilizaram participantes em torno de uma revolução ilusória e fora de contexto histórico. Apesar de a tentativa de golpe não ter base concreta, especialistas apontam razões que levaram à insurreição.
A manifestação violenta ocorreu após o ex-presidente Jair Bolsonaro ter deixado o país e com o novo governo já empossado. Dez dias após sua partida, apoiadores que estavam em Brasília destruíram parte dos três principais prédios públicos da República. O episódio foi descrito como uma “revolução imaginária”, conduzida por uma narrativa que já não tinha respaldo estratégico ou temporal.
A insurreição, porém, foi fruto de um movimento planejado. Especialistas indicam que havia um plano de golpe que envolvia os acampamentos bolsonaristas e alimentava expectativas entre seus apoiadores. Os atos também foram precedidos por protestos em frente a quartéis e tentativas de paralisação de caminhoneiros em todo o país.
A omissão de Bolsonaro é apontada como um dos fatores que contribuíram para o caos. Ele não desmobilizou seus apoiadores, o que, segundo análises, favoreceu o cenário que culminou no vandalismo na Praça dos Três Poderes.
Entre os acampados que participaram das manifestações, havia relatos de desespero, discursos messiânicos e crenças exacerbadas. Muitos demonstravam fragilidades emocionais e econômicas, o que, segundo especialistas, os tornou vulneráveis à ideia de ruptura e aos apelos de radicalização.
A avaliação final reforça a necessidade de seguir o rito jurídico e aplicar a lei de forma rigorosa. A tentativa de golpe é considerada crime e deve ser tratada como tal, tanto para garantir a estabilidade institucional quanto para evitar precedentes que possam fragilizar a democracia brasileira.