
O Partido dos Trabalhadores (PT) divulgou nota neste sábado (30) criticando as ações militares dos Estados Unidos contra a Venezuela, no Mar do Caribe. A gestão de Donald Trump intensificou a pressão sobre o ditador Nicolás Maduro e enviou mais um navio de guerra para a região, aumentando a possibilidade de intervenção no país vizinho. Segundo Washington, a missão é voltada ao combate ao narcotráfico.
A manifestação, assinada pelo secretário nacional de Relações Internacionais do PT, senador Humberto Costa (PT-PE), rejeita as medidas do governo republicano contra Caracas e reafirma a defesa da soberania como princípio da política externa brasileira.
– Não aceitamos ameaças, nem atos de violência contra a Venezuela. Nossa região deve permanecer exemplo de convivência pacífica e cooperação, com base no diálogo e no respeito ao direito internacional – destacou o texto.
Embora tenha acusado os EUA de autoritarismo, o partido não condenou o regime de Maduro.
– Não precisamos de intervenções externas e autoritárias para superar nossos desafios – acrescentou a nota.
Costa defendeu que os impasses da América do Sul sejam resolvidos pela diplomacia:
– É imperativo que prevaleça a serenidade. Ameaças e atos violentos desrespeitam a tradição do diálogo e da construção de soluções pacíficas no continente – escreveu.
Operação americana contra cartéis
No mesmo dia, um navio de guerra equipado para defesa aérea e ataques com mísseis de longo alcance atravessou o Canal do Panamá, vindo do Pacífico, juntando-se a outros sete já deslocados para a região. A frota conta com 4,5 mil marinheiros e fuzileiros, além de um submarino nuclear de ataque rápido.
De acordo com Stephen Miller, chefe de gabinete de Trump, o objetivo é desmantelar cartéis e facções terroristas no hemisfério sul. O presidente norte-americano já havia definido o combate ao narcotráfico como prioridade de governo.
Washington classifica o regime de Maduro como “cartel narcoterrorista” e oferece recompensa de 50 milhões de dólares (cerca de R$ 271 milhões) pela captura do ditador.
Em resposta, o governo venezuelano reforçou a segurança na fronteira com a Colômbia sob o argumento de combater o tráfico de drogas. Internamente, Maduro tenta usar a escalada da crise para reforçar apoio político, mobilizando tropas, visitando quartéis e convocando a população a integrar milícias ligadas ao regime.