An aerial view of the town of Anama, flooded by water from the Solimoes river in Amazonas State, Brazil May 14, 2021. Picture taken May 14, 2021. Picture taken with a drone. REUTERS/Bruno Kelly

Apesar do aumento das chuvas no norte do Amazonas e da intensificação das enxurradas em São Gabriel da Cachoeira e Barcelos, o rio Negro não deve repetir a cheia histórica de 2021 (30,02 metros), segundo projeção do Serviço Geológico do Brasil (SGB). No entanto, a Defesa Civil incluiu 23 municípios na lista de áreas sob risco de inundação, o maior número dos últimos dois anos.

Em Manaus, o nível do rio é influenciado pelos rios Negro, Solimões e Purus. Nesta sexta-feira (28), a marca era de 25,91 metros, e a previsão para junho aponta um pico de 29,43 metros, com média de 28,68 metros. “O risco de uma cheia severa é de 30%, enquanto a chance de superar os 30,02 metros de 2021 é de apenas 1%”, afirma André Martinelli, gerente de hidrologia do SGB.

O Solimões se aproxima do pico da cheia, especialmente em Tabatinga, onde costuma atingir o auge em maio. Já o rio Madeira, impactado por chuvas intensas na Bolívia e pela umidade do Atlântico, mantém níveis elevados, afetando cidades como Itacoatiara. Lá, a cota atual de 12,45 metros pode subir para 14,32 metros, acima da cota de inundação (14,20 metros), com 76% de chance de ultrapassá-la e 61% de probabilidade de atingir um nível severo. A chance de superar o recorde de 15,20 metros, porém, é de apenas 3%.

Em Manacapuru, o cenário segue a tendência de Manaus. A estimativa média é de 19,47 metros, com 98% de probabilidade de ultrapassar a cota de inundação e 42% de atingir um nível crítico.

“Em 2021, tivemos a maior cheia da história. Em 2022, a quarta maior em 124 anos. Já em 2023 e 2024, enfrentamos as duas maiores secas registradas. Esses extremos sucessivos mostram que fenômenos hidrológicos severos estão se tornando mais frequentes”, conclui Martinelli.

Artigo anteriorSine Amazonas divulga 124 vagas de emprego para esta segunda-feira (31)
Próximo artigoEntregadores de aplicativos iniciam paralisação nesta segunda-feira em protesto por melhores condições