As contas das estatais brasileiras registraram um déficit de R$ 6,6 bilhões até novembro, conforme dados divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira (30). Apenas no mês passado, o rombo foi de R$ 1,6 bilhão, configurando o pior cenário desde 2009, quando a metodologia de cálculo foi ajustada para excluir grandes estatais, como Petrobras e Eletrobras.

O resultado nominal do setor público consolidado, que soma o déficit primário e os juros nominais, atingiu R$ 99,1 bilhões em novembro. No acumulado de 12 meses, o déficit nominal alcançou R$ 1,111 trilhão, ou 9,50% do PIB, acima do registrado até outubro (R$ 1,092 trilhão, ou 9,42% do PIB).

Impactos e cobertura do rombo

Os resultados negativos abrangem empresas de níveis federal, estadual e municipal, mas excluem estatais lucrativas como Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Para cobrir os déficits, as empresas podem recorrer a seus próprios caixas ou ao Tesouro Nacional.

Especialistas apontam para os riscos fiscais decorrentes desse cenário. Segundo Cláudio Frischtak, economista consultado pelo g1, “alguém tem que pagar por esse déficit, e quem vai pagar somos nós, porque o governo não produz dinheiro”. Ele ainda destacou que essa situação fragiliza o arcabouço fiscal, resultando em juros mais altos e maior volatilidade cambial.

O governo deve se pronunciar sobre os resultados ainda hoje.

Artigo anteriorMoeda norte-americana cai abaixo de R$ 6,20, mas fecha o ano em forte alta
Próximo artigoMedalhas da Olimpíada de Paris 2024 mostram desgaste em apenas quatro meses